Wladimir Zeev Jabotinsky nasceu em Odessa, na Rússia, no dia 18 de outubro de 1880. Filho de comerciantes, perdeu o pai ainda quando criança. Teve uma educação tipicamente russa e se interessava pela literatura e pela poesia mais do que as outras matérias, o que fez, mais tarde, a escrever poesias, novelas e editar e publicar um jornal para crianças. Muito cedo manifestou seu gênio lingüístico, com amplos conhecimentos de inglês, alemão, francês e italiano, estudando também latim e grego antigo. Aos 17 anos traduziu poemas de Edgar Allan Poe para o russo. Com isso, foi contratado para trabalhar no jornal russo “Odesky Listok”.
Declarou-se sionista em Berna, certa vez em que houve uma luta entre os estudantes marxistas e os socialistas revolucionários. Durante esse mesmo período Jabotinsky começou sua carreira literária e no outono é transferido para Roma.
Jabotinsky teve sua participação no movimento pró-renascentista judaico apressada devido a três acontecimentos: O anti-semitismo em Odessa; A onda assimiladora entre os judeus; e O Pogrom sanguinário de Kischinev em 1903.
Foi criado então por Jabotinsky em Odessa, a primeira unidade de autodefesa: o primeiro grupo de judeus na história moderna que procuravam defender-se com armas. Depois do pogrom de Kischinev, as unidades de autodefesa judaicas foram criadas em tordo dos guetos russos. A autodefesa de Odessa mostrou aos judeus uma apreciação de sua força e de confiança em si mesmo, o que não havia possuído antes.
Em 1903 Jabotinsky é eleito pelos sionistas de Odessa a participar do 6° Congresso Sionista na Basiléia, que foi o último de Hertzl. Jabotinsky, ao ouvir Hertzl falar, convenceu-se da grandeza de Hertzl como homem e da profundeza de seus ensinamentos. Durante toda a vida, Jabotinsky permaneceu aos ideais de Hertzl.
Em 1909 visitou a Palestina pela primeira vez, onde estudou o problema da Palestina como um todo, e a língua hebraica. Durante cinco meses propagou o hebraico que aprendera em todos os lugares aonde ia a fim de preparar os judeus da diáspora para a Palestina, sendo um dos primeiros a introduzir o slogan “Hebraização da diáspora”.
Em 1920 foi sentenciado a 15 anos de prisão com trabalho forçado por dirigir o corpo judaico de autodefesa, o qual tinha organizado entre os soldados desmobilizados da Legião Judaica, com o objetivo de defender-se dos árabes que estavam massacrando os judeus em Jerusalém. Quando a força de autodefesa judaica apareceu, os árabes fugiram, então os Ingleses entraram em ação. Os judeus foram desarmados e os que resistiram foram presos por porte ilegal de arma. Jabotinsky foi falar com o comandante da polícia, a fim de libertar estes homens, mas seu pedido foi negado e Jabotinsky disse: “Então devo pedir-lhe que me prenda”. Seu pedido foi aceito. Ele foi julgado e condenado a 15 anos de prisão, mas disse que não ficaria nem 15 semanas. Exatamente 14 semanas após terem sido presos, foram todos perdoados. Não contente com o perdão Jabotinsky recomeçou o caso em Londres.
Em 1921 foi eleito membro executivo da Organização Sionista Mundial e em 1923 começou sua luta pela correção da linha do sionismo, que lutou até o fim de sua vida. Durante uma viagem na Lituânia, no fim de 1923, teve a idéia de organizar um partido político e um movimento juvenil. No dia seguinte foi formado o Movimento Revisionista Betar, em Riga.
Jabotinsky pôs no movimento toda sua alma, tentando educar o novo tipo de juventude judaica que ainda era desconhecida na diáspora. Sua influencia educacional foi tão grande que, não só os seus discípulos e alunos, mas também seus oponentes políticos aceitaram seus ensinamentos e procuravam imita-lo.
Consagrou-se com o trabalho do Revisionismo e do Betar, indo à Europa, Ásia, América e África do sul, discursando em hebraico, idish, inglês, francês, alemão, russo, italiano, espanhol, ladino e polonês. Escrevia artigos que foram traduzidos para todas as línguas faladas por judeus na diáspora e, para cada congresso que havia, achava um slogan.
No 17° Congresso Sionista, apoiado pelo seu partido, formulou a seguinte frase: “Um estado judeu com maioria judaica em ambas as margens do Jordão (Shtei Gadol La Iaren)”.
Em 1935, Jabotinsky e seu partido chegaram a conclusão de que o movimento sionista era antidemocrático e que não havia esperança em mudar a política adotada por eles. Ele estava convencido de que sob a liderança da Agencia Judaica, o sionismo estava lentamente se dissolvendo.
Então Jabotinsky, junto com seu partido, deixou a Organização Sionista e criou a Nova Organização Sionista. Aproximadamente 75% dos judeus votaram nele, e em 8 de setembro, em Viena, proclamou os princípios fundamentais deste movimento do povo.
Em 1937, acusou o governo britânico publicamente, e quando a comissão propôs a Partilha e a criação de dois estados, Jabotinsky foi o único líder judeu que recusou aceitar essa solução e lotou contra ela até o fim.
O nacionalismo era a base do pensamento de Jabotinsky. A nação deveria estar acima das liberdades individuais e para compreender é necessário entender a ligação entre a raça e a nação. Uma nação deveria ser constituída apenas por um grupo racial, assim, o Estado seria capaz de suprir todas as necessidades e aspirações de seus membros. Para ele, o “judeu ideal” era aquele que colocava o coletivo acima do individual. O futuro do estado de Israel, para ele, deveria ser a Palestina e as ambas margens do rio Jordão. Acreditava na importância de um exercito forte para proteger e lutar pelo Estado e que a diáspora deveria desaparecer, pois almejava a concentração de todo o povo judeu no Estado de Israel. Dizia: “Ou você acaba com a galut, ou a galut acaba com você”.