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Projeto colhe depoimentos inéditos de sobreviventes do Holocausto no Brasil

Projeto colhe depoimentos inéditos de sobreviventes do Holocausto no BrasilUm projeto coordenado por Maria Luiza Tucci Carneiro, professora de História da USP, pretende colher depoimentos, grande parte deles inéditos, de mais de 250 sobreviventes do Holocausto que vivem no Brasil. O objetivo é gravar os testemunhos em vídeo até o final de 2016. Intitulado “Vozes do Holocausto”, o projeto ocorre em meio ao desafio de manter viva a memória de um dos maiores genocídios do século 21 uma vez que grande parte dos sobreviventes morreu e os poucos vivos possuem idade avançada. 

“É uma corrida contra o tempo. Pretendemos registrar em vídeo o máximo de depoimentos possível, já que, nos próximos dez anos, possivelmente não haverá mais sobreviventes para contar a história de uma das maiores atrocidades que já ocorreu no mundo. É uma memória que corre perigo de ser esquecida, especialmente porque, sem os sobreviventes, abre-se espaço para os que insistem em negar a existência do Holocausto".

A primeira fase do projeto terá início em fevereiro e durará seis meses, período em que ela espera gravar testemunhos de 90 dos 284 sobreviventes do Holocausto que vivem no Brasil. Desse total, revela a pesquisadora, grande parte mora em São Paulo e chegou ao país vinda da Alemanha, Áustria, Polônia e Romênia durante a Segunda Guerra Mundial. Os recursos para custear esta etapa virão do Instituto Samuel Klein, criado após a morte do empresário - fundador das Casas Bahia que sobreviveu a dois campos de concentração, o de Majdanek e o de Auschwitz-Birkenau. 

Os dez melhores depoimentos vão ser transformados em DVD. O registro será acompanhado de material paradidático e distribuído em escolas públicas. "O projeto tem caráter multidisciplinar e pedagógico. O objetivo é propor uma reflexão sobre todas as formas de intolerância a partir do Holocausto. Normalmente, as escolas não dão a esse tema a sua devida importância", explica a pesquisadora. 

"Em outras palavras, queremos mostrar para os mais jovens que quando se investe contra uma etnia ou um grupo específico, também se lapidam a memória e a cultura de um povo. Com isso, chamamos atenção para o perigo do racismo e ensinamos esses alunos a conviver com a diferença", acrescenta.

A iniciativa de Tucci Carneiro é parte de um projeto maior, chamado “Travessias: narrativas e representações dos sobreviventes e refugiados do nazismo no Brasil”, cuja intenção é reunir o maior número de informações possível sobre os judeus que, forçados a deixar seus países de origem em meio à ascensão da Alemanha nazista, passaram pelo Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. 

"Temos um número expressivo de artistas e intelectuais judeus, entre refugiados e sobreviventes, que aportaram no país antes, durante ou depois do confronto", destaca ela. 

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