Scarlett Johansson com certeza não é nenhum rostinho novo para os cinéfilos de plantão. Atuando desde criança, a americana começou interpretando pequenos papéis em filmes como O Anjo da Guarda(1994) e Esqueceram de Mim 3 (1997), até ganhar destaque no drama Meninas de Ninguém (1996), que lhe rendeu uma indicação ao Independent Spirit Award de 1997 como melhor atriz.
Hoje, Scarlett já é figurinha carimbada em Hollywood, com direito a estrela na calçada da fama. Depois de ganhar elogios e um BAFTA por Encontros e Desencontros (2003), de Sofia Coppola, a atriz fez comédias água-com-açúcar (Diário de Uma Babá e Ele Não Está Tão a Fim de Você), um pouco de ação descerebrada com Michael Bay (A Ilha), já virou super-heroína da Marvel (Os Vingadores e Homem de Ferro 2) e também se tornou uma das musas de Woody Allen (Match Point, Scoop – O Grande Furo e Vick Cristina Barcelona).
Tudo isso enquanto continuou atraindo olhares pela sua beleza estonteante, aparecendo frequentemente em rankings como sex symbol.


O oposto de Samantha se encontra justamente na criatura misteriosa sem nome vivida por Scarlett emSob a Pele. O longa de Jonathan Glazer (que, aparentemente, pela recepção crítica em geral, é um caso de “ame ou odeie”) é uma produção independente filmada no clima gelado da Escócia, sobre uma alienígena disfarçada que seduz homens desprevenidos nas ruas de Glasgow – basicamente, uma versão cult e melhorada de A Experiência. Com poucos diálogos e apenas um fiapo de roteiro para se guiar, Scarlett encarou as tão faladas cenas de nudez pela primeira vez em sua carreira. Despida não só literalmente, mas também de qualquer vaidade, a atriz compõe uma personagem difícil e silenciosa, como um ser estranho e alheio às relações humanas, até que uma hora ela mesma passe por um conflito interno e confronte o pior lado da humanidade.
Falando em ação, claro que não poderia faltar a atriz, agora novamente ruiva, chutando bundas como se não houvesse amanhã no papel de Natasha Romanoff, ou a Viúva Negra. Em Capitão América 2: O Soldado Invernal, de Anthony e Joe Russo, Scarlett volta a ser a heroína que ganhou destaque mais do que o esperado desde Homem de Ferro 2, aliando uma boa performance em cenas de ação com cinismo e inteligência. O clima de espionagem do filme dá mais espaço para Natasha respirar e mostrar alguns dos conflitos da agente, dando um pouco mais de tridimensionalidade à personagem.
Com todos esses papeis, a estrela ainda teve tempo de fazer uma ponta também na comédia Chef, de Jon Favreau, e de passar por momentos importantes na vida pessoal: a mais nova integrante do time de mulheres balzaquianas teve seu primeiro filho e também se casou em segredo com o jornalista Romain Duraic. No fim das contas, 2014 foi um ano especial para Scarlett Johansson, que seja como mulher, máquina, alien ou até mesmo um pendrive (quem pegou a referência?), conseguiu se destacar em atuações versáteis e projetos arriscados. Agora é torcer para que a atriz continue com essa vontade de fazer mais e melhor em novas produções – uma das próximas é Hail, Caesar!, projeto dos Irmãos Coen, além da nova versão live action de O Livro da Selva. Quem sabe vem por aí mais uma chance de Scarlett provar mais uma vez que é sim talentosa.