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Israel e Brasil: parcerias

Israel e Brasil: parcerias

Boaz Albaranes, cônsul de Israel para assuntos econômicos

De um lado um país que integra o grupo dos emergentes BRICS, com PIB de R$ 4,84 trilhões em 2013, mais de 500 anos de história e que ultrapassa 190 milhões de habitantes. De outro, um país mais jovem, de 66 anos, 8 milhões de habitantes, PIB de US$ 291,5 bilhões em 2013, sendo que 4% desse montante é investido em pesquisa e tecnologia. Falamos de Brasil e Israel, duas nações que mantém, desde 2010, um acordo de livre comércio entre ambos, único desta categoria que o Brasil possui com um país não integrante da América Latina e que envolve, sobretudo, projetos de cooperação de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) no setor industrial para novas tecnologias. 

E por considerar o Brasil um país estratégico e repleto de boas oportunidades para negócios, Israel pretende potencializar ainda mais sua relação comercial. É Boaz Albaranes, cônsul de Israel para assuntos econômicos, quem está à frente da missão de intensificar e fortalecer os negócios das empresas israelenses por aqui. “O governo do Brasil e de Israel juntos financiando novos projetos é muito interessante, são dois países que se complementam, não há competição entre eles e por isso oferece muitas oportunidades para cooperação”, afirma. Segundo ele, o que o Brasil pode ensinar a Israel em troca dos sofisticados softwares de segurança, aparelhos médicos com tecnologia de ponta e programas de inteligência artificial – algumas das áreas que mais se destacam na expertise israelense – é sua tecnologia agrícola. “Pretendemos avançar na cooperação agrícola, Israel pode aprender muito com a agricultura brasileira em troca de cooperação em tecnologia de segurança, água, saúde e telecomunicações”. Albaranes ressalta: “Cooperação internacional é obrigatório, nenhum país pode enfrentar todas as suas dificuldades sozinho”.

Ele explica que, pelo fato de ambos países estarem isentos de impostos de importação em razão do acordo de cooperação e livre comércio, os negócios estão muito vantajosos. “Isso é bem interessante para as empresas. Minha missão aqui no Brasil é promover os negócios entre as companhias brasileiras e israelenses”. Albaranes ressalta que Israel se destaca nos seguintes setores: equipamentos médicos, tecnologias de segurança, agrotecnologia, água, meio ambiente e energias renováveis, telecomunicações e TI. O país é o primeiro do mundo em startups (são 1.000 que surgem por ano em Tel-Aviv), possui 7 universidades de destaque mundial, é o terceiro país em infraestrutura científica e o quarto em infraestrutura tecnológica. Diante da atual crise hídrica enfrentada pelo sudeste, Albaranes explica como a tecnologia israelense solucionou a escassez de água naquele clima desértico: a dessalinização. Neste processo o sal da água do mar é eliminado, permitindo seu consumo. “70% da água consumida em Israel vem do mar”. 

Ele explica que esse processo só é possível de ser aplicado em cidades litorâneas ou distantes até 100 km do mar. Outra solução é o reuso da água doméstica na agricultura. Em Israel 84% da água que abastece as casas passam por processo de reuso e depois seguem para irrigar plantações em fazendas e campos localizados em áreas desertas. 

“Temos expertise em projetos de dessalinização e reuso, além de termos reduzido nossas perdas de água tratada, que estão em torno de 8% a 10%, sendo que a média mundial é de 25%. Dessalinização é um processo bem complicado porque depende de alguns passos, por isso estamos constantemente estudando maneiras de melhorar a tecnologia para trazer água mais barata, como 55 centavos de dólares o metro .

Reciclagem de lixo e detritos separados para geração de energia são outras tecnologias desenvolvidas por Israel. A água doméstica que segue para reuso na irrigação chega repleta de detritos, lama e líquidos, que são separados para que o material orgânico se transforme em energia. Israel tem interesse em pesquisar novas formas de agricultura no Brasil, desenvolvimento de alimentos e plantas e tecnologia para irrigação. “Há várias companhias em Israel que tem cooperação aqui para desenvolver plantas específicas para clima específico, o importante é aumentar a produtividade, as mudanças climáticas estão transformado o clima em todo o mundo por isso é importante aumentar a produtividade”.

Na área médica, o cônsul ressalta que 20% dos remédios do mundo têm alguma substância de Israel. Isso porque o setor de remédios e equipamentos médicos é bastante avançado por lá. Albaranes diz que uma das tecnologias israelenses que já são usadas no Brasil é para exames de endoscopia. O paciente engole uma pílula que tem uma câmera que faz todo o exame. Os aparelhos para tomografia usados no Brasil também tem tecnologia de Israel. 

Na área de segurança um dos destaques são os projetos de inteligência artificial. Há equipamentos que filmam ambientes e, ao detectarem movimentos suspeitos, disparam alarmes. Outra tecnologia é a de reconhecimento facial por meio de câmeras capazes de reconhecer, mesmo em meio a multidão, suspeitos e foragidos. 

São câmeras que podem reconhecer alguém que está na lista de suspeitos. Trata-se de um novo conceito de cidades inteligentes.

Fonte: Revista Prefeitos do Brasil
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