Daniel Barenboim e a orquestra West-Eastern Divan. Foto: Divulgação
O maestro Daniel Barenboim fundou em 1999, ao lado do intelectual Edward Said, a Orquestra West-Eastern Divan, que reúne músicos palestinos, israelenses, libaneses, sírios, jordanianos, egípcios, turcos e iranianos. São 40% israelenses e 40% árabes, completados por músicos espanhóis.
Em entrevista à Deutsche Welle, o pianista e regente de origem judaica fala sobre os 15 anos da orquestra e explica como mantém em harmonia músicos árabes e judeus
''Tudo começou como uma orquestra jovem com diferentes níveis de qualidade entre os músicos. Com o tempo, eles foram se homogeneizando e hoje desempenham um garnde repertório em eventos como o Festival de Salzburgo, Berlim, Londres...'', diz o maestro.
“A orquestra só alcançará sua verdadeira dimensão no dia em que puder tocar nos países de onde vêm os músicos”, acrescenta. Isso aconteceu apenas uma vez: em 2005, a West-Eastern Divan se apresentou em Ramallah, na Cisjordânia. Saiba mais sobre essa apresentação.
Com o recente conflito em Gaza, Barenboim conta que alguns músicos ficaram em dúvida se iriam aos encontros da orquestra; no final, todos compareceram. Mas ele afirma que o projeto não é político, mas humano:
"Se há aqui um israelense que não sente compaixão pelos palestinos, e um árabe que não sente compaixão pelos israelenses, não há lugar para ele na orquestra. Uma coisa é a forma de interpretar acontecimentos históricos; outra é o dever moral da compaixão”.
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