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Deve-se entender o ódio


Herman Glanz


Por que esse ódio antissemita é ainda assunto sem compreensão para muitos, inclusive dos nossos? O genial escritor das sátiras, Sholem Aleichem, pseudônimo de Shalom Rabinowitsch, é o autor do texto que virou peça de teatro e filme que, cremos, todos conhecem, como “O Violinista no Telhado”; o texto original se chamava “Tobias, o Leiteiro”.

Nesse texto, é satirizada a tradição, invocada pelo leiteiro, tradição que comandava toda a vida judaica dos vilarejos, tradição que vai se esvaindo, mas a única tradição que não muda é o ódio antissemita, que se vê no final, com a expulsão dos habitantes judeus do lugarejo. Esse ódio, essa discriminação se mantém até hoje, quando já se pensava extirpado com os horrores da Segunda Guerra. Mas retorna de forma violenta nos dias de hoje, na mesma Europa, na América e no Oriente Médio.

Segundo a Organização Sionista Mundial houve um aumento de mais de 400% de atos antissemitas na França, mais que dobraram na Inglaterra e aumentou 1200% na América do Sul. Na semana passada ocorreu ato de vandalismo, com bombas em cemitério judaico na Bolívia, lugar de muito pequena comunidade. Nem os mortos podem descansar em paz! No Rio de Janeiro tivemos atos antissemitas em colégios secundários, com os protestos da Federação Israelita local. Um programa de TV de Buenos Aires investe contra a Organização Sionista Argentina.

Mas atos que se fazem presentes na mídia, às vezes, passam despercebidas e são até aprovadas por muitos da nossa gente, pela forma como é apresentada. E, evidentemente, o antissemitismo fica travestido em antissionismo e anti-israelismo.

Quanto a Israel, a propaganda vai tomando rumos absurdos. Primeiro, os habitantes judeus foram expulsos. Com o movimento sionista, foi sendo formada a pressão para o retorno dos expulsos. Com a reconstrução de Israel, os vizinhos não aceitaram a presença no lugar de um Estado não Islâmico. Assim, em 1964, criava-se a Organização para a Libertação da Palestina, que se declarava árabe muçulmana, sem lugar para o retorno dos antigos expulsos.

Em 1964, não havia o que se quer fazer crer, hoje, como “territórios ocupados”, porque todo o Israel que se reconstruía era território palestino ocupado pela OLP, mas entenda-se, território palestino árabe. O ódio teve evolução: veja-se que, em 04 de dezembro de 1945, saía no New York Times: “Os árabes boicotam os produtos palestinos”, porque, na ocasião, os palestinos eram os poucos judeus que lá se encontravam.

Um sítio da Internet publicou que tal título provoca mal estar na esquerda que só fala que os palestinos são os árabes. Só a partir de 1968, depois da Guerra dos Seis Dias, de um ano antes, vencida por Israel, passaram a dizer que havia territórios ocupados, disfarçando a afirmação de antes, de que todo Israel é território palestino. Em 1974, o finado Arafat falou na ONU que todo Israel era Estado Palestino ocupado, sem protestos das Nações Unidas. Pelo contrário, em 1975 era aprovado que “sionismo era racismo”, (já revogado).

Todo o mantra que se propaga é que os palestinos (os árabes de agora) são uns coitadinhos, sendo maltratados por Israel, que lhes bloqueia a entrada em Israel, como se um país não devesse manter o controle de entrada em seu território.

A diferença é que a comunidade islâmica se pronuncia sempre uniformemente, porque comandada pela Conferência da Organização Islâmica, o maior bloco de países depois das Nações Unidas, com 52 membros. O outro lado não mantém uniformidade, pois concordam que os palestinos têm direitos que devem ser respeitados, relegando os direitos dos israelenses, que ficam sem os seus direitos de retorno, mas isto parece não entendido.

Numa entrevista à Med Radio, do Marrocos, a poetisa Malika Mezzane, da etnia amazigh (berbere), acusou os árabes muçulmanos de serem os verdadeiros expansionistas, conquistando outros povos pela força. Disse, também, que Israel é a pátria dos judeus e não dos palestinos. “O mundo árabe crê ser o povo de Deus e portanto tem o direito para expandir seu território às custas de outras nações.”

É a propaganda muito bem feita que faz muitos não entenderem o que se fala, porque sempre se bate na mesma tecla, de que todo Israel é território palestino ocupado. Bem, entenda-se, palestinos de hoje, porque em 1945 eram os judeus os palestinos, e até de antes, quando o mantra era “Judeu, vá para a Palestina”, e hoje é “fora da Palestina”.

O ódio não tem fim.

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