Cristina Fernandez de Kirchner criticou líderes da comunidade judaica pela sua falta de vontade de deixar o Irã participar da investigação sobre o bombardeio da AMIA, em 1994.
O bombardeio do edifício da Federação das instituições de caridade judaicas argentinas, ou AMIA, deixou 85 pessoas mortas e 300 feridas no pior ataque desse tipo a atingir um país sul-americano.
Um ano atrás, o Irã confirmou que iria cooperar na sondagem do ataque depois de acusações de que Teerã estava por trás disso.
Dirigindo-se à Assembleia, Fernandez denunciou que "As instituições judaicas que sempre nos apóiam, se voltaram contra nós. Quando assinamos o acordo de cooperação com o Irã parecia que os demônios internos e externos foram desencadeados. Instituições judaicas que nos haviam acompanhado voltaram contra nós. Quando decidimos cooperar eles nos acusaram ??de cumplicidade com o Estado iraniano".
Julio Schlosser, chefe político judaico do país, foi citado pela Agência Telegráfica Judaica dizendo: "nós sempre dissemos que a República do Irã, ou o estado terrorista do Irã, não é um interlocutor válido, uma vez que não são dignos de confiança em qualquer memorando que busca a verdade. Ela (Fernandez) tentou transformar vítimas em algozes. Nós somos vítimas de terrorismo. Nós somos as vítimas do único demônio que é a República Islâmica do Irã".
A Argentina acusa o Hezbollah, o movimento xiita libanês, de realizar o ataque sob ordens do Irã. O regime clerical iraniano nega as acusações.
Desde 2006, os tribunais argentinos pediram a extradição de oito iranianos, incluindo o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, ex-ministro da Defesa Ahmad Vahidi e Mohsen Rabbani, ex-adido cultural do Irã em Buenos Aires.