coisasjudaicas@gmail.comterça-feira, setembro 02, 2014
0
Nem “Homeland” nem “Tyrant”. Das séries com um pé no Oriente Médio, a melhor hoje é “The honourable woman” (tem spoiler). O programa britânico (parceria da BBC com o Sundance TV e disponível no iTunes) conta com oito episódios e, como anunciou seu criador e diretor, Hugo Blick, não terá segunda temporada.
O formato é apenas uma das características que a diferenciam da maioria. Outra, importante, é o caráter intrincado e denso de seu enredo.
Nada de mocinhos e bandidos, nada de enlevos românticos. “The honourable woman” enxerga a região com todas as suas dificuldades, sem maniqueísmo, e com boa dose de desesperança. Não é à toa que o último capítulo, exibido semana passada na Grã-Bretanha, recebeu críticas laudatórios. O “The Guardian”, para dar um exemplo, disse que foi “a melhor série exibida nos últimos anos”.
O programa trata de uma família angloisralense. A trama começa na infância de dois irmãos, no momento em que eles testemunham o assassinato do pai, um fabricante de armas, esfaqueado por um palestino. Depois, avança na cronologia com Nessa Stein (Maggie Gyllenhaal) e Ephra (Andrew Buchan) adultos e com as rédeas da empresa milionária. Eles investem em projetos sociais que colaborem para construir laços entre Israel e Gaza. “The honourable woman” é principalmente sobre relações promíscuas. Da metade para o fim, ficamos sabendo que a heroína é mãe do filho de um líder palestino — que também foi seu algoz.
O roteiro leva o telespectador a se surpreender com ligações inimagináveis entre personagens que, à primeira vista, sequer dialogariam. É a abolição do bem e do mal e o triunfo do interesse. E um excelente programa de TV.