A alegria no enfoque da Torá

A alegria no enfoque da Torá

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A alegria no enfoque da ToráO capítulo 67 do Tehilim (Lamnatsêach Binguinot) é lido todos os dias na oração de Shachrit antes de Baruch Sheamar e em Minchá depois da Amidá. Este capítulo pode ser escrito de maneira que, dispondo-se convenientemente suas palavras, elas formam um desenho de uma menorá (candelabro de sete braços).

Nossos chachamim escrevem, que ler este capítulo do Tehilim no formato de umamenorá (como é costume tê-lo enquadrado nas sinagogas sefaradim), é uma segulá (receita) para que a hatslachá (sucesso) acompanhe o indivíduo nesse dia.

Convém então entender, o que há de especial nesse capítulo.

Sabemos que a menorá no Bêt Hamicdash possuía sete braços – três à direita, três à esquerda e um no centro. Este último foi denominado pelos nossos sábios de “Ner Maaravi” e era o mais importante. Todos os pavios, tanto do lado esquerdo, quanto do direito, eram colocados de maneira que convergissem para o braço central.

No desenho da menorá, formado pelas palavras do capítulo 67 do Tehilim, o braço central começa com a palavra Yismechu (alegria). Este é o segredo da hatslachá (sucesso) do ser humano – a alegria. E se esta o acompanha durante todo o dia, ele será pleno de êxito.

Nesta parashá são descritas as kelalot (maldições) que podem ocorrer (chás vechalila) se o Povo de Israel não cumprir as mitsvot com satisfação, já que estão na fartura, conforme diz o passuc no final das kelalot: “Tachat asher lô avadta et Hashem Elokêcha bessimchá uvtuv levav merov col” (Devarim 28:47) – Em troca de não teres servido ao Eterno teu D’us com alegria e com bondade de coração, pela abundância de tudo. 

Quando a mitsvá é feita com alegria, esta não constitui somente uma parte da mitsvá que está sendo cumprida, mas é também uma mitsvá independente. Como escreve o Rabênu Bachyê, que a recompensa pelas mitsvot é acrescida da recompensa pela satisfação com a qual o indivíduo cumpriu a mitsvá.

Existe um outro aspecto no cumprimento das mitsvot com ânimo, satisfação e alegria. Se agirmos assim, estaremos motivados a cumpri-las novamente.

O Sêfer Charedim, obra do Rabino El’azar Azcari zt”l, contemporâneo do Rabino Yossef Caro zt”l (autor do Shulchan Aruch) e do Haari zt”l, contém um prefácio com 17 características importantes no cumprimento das mitsvot. A quarta característica é a alegria e a satisfação, que devemos ter ao cumprir as mitsvot. 

O Sêfer Charedim acrescenta que devemos encarar cada mitsvá como se fosse um presente que está sendo envido pelo Todo-Poderoso. Relata-nos também que o Haari zt”l, em confidência a seu discípulo Rabi Chayim Vital zt”l, disse que todas as suas aquisições espirituais foram motivadas pela satisfação e alegria sem limites que tinha em seu cumprimento.

Complementando esta idéia do enfoque da simchá no judaísmo, traremos o pensamento do Maharal sobre o assunto. O versículo em Cohêlet (8:15), “Veshibachti ani et hassimchá” – Louvo a alegria, é interpretado pelo Talmud Shabat 30, que quando a alegria é ligada à mitsvá, ela é louvada, caso contrário não o é. Ao comentar este passuc, o Maharal nos diz que a simchá é “shelemut hanêfesh” – o complemento da alma, e quando ela (a alegria) provém da mitsvá é o complemento espiritual que todo o ser humano precisa. Um complemento assim é digno de todo o louvor.

“Ivdu et Hashem bessimchá” – Sirvam o Todo-Poderoso com alegria!

Da Revista Nascente

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