
O tema em destaque na edição deste ano da Feira Quinhentista, explicou a organização, é o final da co-existência entre cristãos, judeus e muçulmanos em Portugal e a repressão da Inquisição.
“A convivência entre as três religiões acabou em 1496, com D. Manuel I”, rei que “forçou uma parte dos judeus a converter-se ao Cristianismo”, passando a ser designados como “cristãos-novos”, e “expulsou do reino os restantes, bem como a minoria muçulmana”, lembrou a Câmara.
Esse rótulo de “cristão-novo”, sublinhou, “esteve na base de perseguições da Inquisição aos sefarditas, os judeus ibéricos”.
“Era gente de iniciativa e endinheirada, alvo do Tribunal do Santo ofício, cujo estabelecimento se tornou definitivo em 1536”, acrescentou.
No caso de Serpa, segundo o Município, “o primeiro preso notável” foi queimado na fogueira pela Inquisição em 1561.
“Nos finais do século, intensificou-se a repressão: numa terra com cerca de 700 fogos, mais de 200 moradores caíram nas malhas da Inquisição”, aludiu.
Dois habitantes de Serpa “vagamente ‘cristãos-novos’”, mais precisamente Frei Antônio de Abrunhosa e o seu irmão Gastão de Abrunhosa, “destacaram-se na luta contra os processos atrozes ordenados pelo Santo Ofício”, disse ainda a organização da feira.
A organização do evento, além da Câmara Municipal, esteve a cargo da Viv’Arte - Companhia de Teatro, com o apoio de várias entidades do concelho.