BRASÍLIA -Para presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, medida contra Israel é eleitoreira. Ricardo Ferraço diz que é 'algo diferente de tudo' assistido no governo de Dilma Rousseff.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), chamou de eleitoreiras as últimas ações do governo brasileiro ante o conflito Israel x Palestina. Segundo ele, durante toda a gestão da presidente Dilma Rousseff praticamente nada foi feito em defesa dos direitos humanos.
Na última quarta-feira, o Itamaraty chamou de volta o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Henrique Sardinha Filho, e ainda convocou o representante de Israel em Brasília, Rafael Eldad, para tomar explicações. Também foi divulgada uma nota condenando duramente os ataques israelenses a civis palestinos na Faixa de Gaza.
- Estou surpreso com essa posição. É algo diferente de tudo o que temos assistido ao longo do governo Dilma. Até aqui, a marca foi a omissão. É um posicionamento eleitoral para tentar recuperar o protagonismo perdido. Ficar ao lado do mais fraco sensibiliza a opinião pública - afirmou Ferraço.
Ele lembrou que o Brasil ficou cerca de um ano sem representação da Organização dos Estados Americanos (OEA). Somente esta semana foi nomeado um diplomata para o cargo, o embaixador Sérgio Danese. Ele destacou os casos de violência e violação aos direitos humanos na América do Sul, referindo-se veladamente à Venezuela.
- Eu diria que a marca não foi apenas a omissão, mas também a conivência na violação aos direitos humanos na região. O governo Dilma não se incomoda com a falta de democracia no Mercosul. Age, literalmente, com dois pesos e duas medidas. Em linguagem popular, trata-se de um factoide - disparou o senador.