Hot Widget

Type Here to Get Search Results !

Deus segundo o Judaismo


D-us segundo o Judaismo
O Judaismo e a existência de D-us
O conceito de D-us segundo o Judaismo
Hai Mendel
Deus segundo o Judaísmo


Tudo o que sabemos sobre D-us foi nos revelado por ELE na revelação pública no Monte Sinai, perante toda a população resgatada do Egito, Hebreus e outros povos. Em um dos momentos desta experiência, o profeta Moshe desejou conhecer a verdadeira natureza de D-us. E D-us lhe respondeu: “...pois não poderá ver-Me o homem e viver” (Shemot/Êxodo 33:20). Não obstante, devemos ser capazes de saber “algo” sobre este Deus, posto que um de Seus dez pronunciamentos no Sinai foi o de admitirmos sua realidade (Shemot/Êxodo 20:2).

Esta declaração refere-se ao conhecimento de que D-us é a Causa única da existência. Refere-se, então, ao conhecimento de Seu “reino”, não de Sua Essência Incognoscível. Mas o ser humano sente-se naturalmente perplexo com a informação de D-us ser Eterno (ou Infinito, quer dizer, não ter início nem fim). Não se trata, porém – isso digo aos matemáticos de plantão - da concepção de infinito potencial (ao qual sempre se pode “somar mais um” infinitamente), mas sim ao infinito absoluto (conceito este rejeitado pela Filosofia Grega – Aristóteles - constituindo aí uma das diferenças entre os sábios gregos e os sábios de Israel).

Esta perplexidade deve ser, porém, devidamente compreendida, antes mesmo de ser respondida. Por natureza (por formas de agir e pensar comuns aos seres humanos), as pessoas admitem que o que existe seria definido como aquilo que é possível explicar, o que é compreensível. Assim, se algo for inexplicável/incompreensível, será visto como impossível. Esta postura, porém, não deve ser levada até às últimas consequências. Por exemplo: Sabemos o que são cores. Cores são percepções visuais causadas pela ação de feixes de fótons sobre células especializadas da nossa retina. Porém uma pessoa que seja cega de nascença não poderia compreender isso devidamente. Não dizemos que cores não existem simplesmente porque uma pessoa que seja cega de nascença não possa compreender devidamente este conceito. De forma similar, não podemos achar que D-us necessitou de um criador para Si simplesmente porque não podemos compreender um Ser “sem princípio”.

Todas as formas de existência, com a exceção de D-us, são restritas desta forma: nada pode “criar a si mesmo” e, portanto, tudo requer criação, por um motivo: Tudo o que existe é composto. Logo, sendo tudo composto, concluímos que aquilo que puder ser observado pelo homem será necessariamente algo composto e criado; tendo, portanto, um princípio e, consequentemente, um fim. Mas a existência de D-us não foi uma descoberta humana. Não fomos nós que “descobrimos” D-us. Foi D-us quem estabeleceu contato conosco.

Ao lidarmos com a existência de D-us, por outro lado, não podemos falar sobre determinação, isto é, da relação de um evento (a causa) e um segundo evento (o efeito), porque ELE não é composto do que quer que seja, mas Uno (esta é a concepção da Unicidade Absoluta de D-us), ou daquilo que chamamos “D-us”, uma vez que este termo é usado em referência ao SER Primordial, por conveniência e para facilitar a compreensão.

Este SER Primordial, ou D-us, outorgou pelo processo criativo a concepção de existência a tudo o que existe. Ele compôs o universo. Ele não é “composto”. Assim ELE continuamente mantém a existência em sua atual composição. A criação não pôde criar a si mesma, tanto quanto não pode manter-se existindo. A criação é um efeito de uma causa única, constante e eterna. Então, quando dizemos que o Universo é acidental nos referimos à ideia de que ele depende continuamente da divindade para continuar a ser o que é. Nada existe no nada. E uma continuidade na existência apenas é possível por meio de uma contínua intervenção, apenas possível, por sua vez, por meio do SER cuja existência é Ininterrupta, Infinita, logo, Eterna, sendo esta preservação da existência a manifestação que chamamos de “vontade” divina.

Então, como definimos a existência de D-us? A definimos como Existência Essencial. Queremos dizer com isso que Sua natureza é, de forma tal, que este SER sempre existiu. Este SER precede o tempo. O espaço para ELE é irrelevante. É mais do que uma força imensa. Mais do que uma potência. Este SER está além de nossas capacidades descritivas. Sua obras, quer dizer, Sua Intervenção é a causa da existência que conhecemos, e dentro desta existência a elaboração por causas e efeitos, que resultaram nas “inteligências individualizadas” (nós) e na capacidade destas de receber, em proporções infinitamente (infinito potencial) menores, informação. Isso foi nos mostrado, pela comunicação estabelecida entre o Ser Primordial e nós – inteligências individualizadas, por meio do fenômeno que intitulamos Nevuah ou profecia. A comunicação não ocorreu para ELE. Mas para nós, para o nosso despertar para esta realidade Maior.

Deus expressou a “essencialidade” de Sua existência para o profeta Moshe quando este lhe pediu para identificar-Se a fim de que ele pudesse explicar sua missão aos Hebreus no Egito. A resposta foi: “E D-us disse a Moshe: Sou/Serei “O que” Sou/Serei” (Shemot/Êxodo 3:13-15). Um sábio rabino explicou que isto significa dizer: “Eu Sou/Serei aquele que existe (que Sou/Serei), por Minha Própria Natureza. Eu não fui criado como todas as outras coisas”. O rabino explicou que isto (este conhecimento) seria uma evidência para os Hebreus de que Moshe recebeu realmente uma profecia (informação) do Criador. Pois nenhum homem poderia chegar a tal ideia de um ser eterno concluindo isso a partir do sistema operacional do Universo (método de pesquisa padrão); pois nada na criação induz a esta ideia. O interessante é que as quatro consoantes hebraicas que formam o tetragrama são, na verdade, a contração dos termos hebraicos Fui-serei-sou, cuja palavra em português que melhor o expressa é: Eterno. A partir daí, quando Moshe apresenta este conceito, esta explicação sobre a natureza da Divindade, isto é, sobre seu “nome”, ele é aceito como alguém que recebeu verdadeiramente uma profecia. Os Hebreus confirmaram que ele recebeu esta informação, esta idéia, de uma fonte externa à natureza: o próprio Criador.

Caso assumíssemos que D-us tem um criador, deveríamos ser consistentes com isso e acreditar que este criador requer, também, outro criador. Teríamos que dizer então que D-us foi criado por Z, e que Z foi criado por Y, e que Y foi criado por X, numa série infinita (infinito potencial) de causas, sem que houvesse jamais um princípio. O problema com esta postura é que assim estaríamos sugerindo que jamais houve uma Causa primordial. E sem que haja uma causa primordial, estaremos dizendo que o “processo” jamais começou. Pare e pense sobre isso.

Concluímos então que, se assim fosse, nada poderia de fato existir. Pois se algo “jamais começou”, se jamais houvéssemos existido a princípio, posto que jamais houve uma “causa primordial” para tudo, este “tudo” seria “o absoluto nada” - a inexistência. Alguém deseja realmente viver a ideia de que 'não existe' e de que 'nada mais existe'? Ok, vá em frente... Entretanto, o senso comum (a razão) nos impele a aceitar uma Causa Primordial porque nos indica que “existimos”. Esta Causa é o que apelidamos de “D-us” ou “Criador”. Apesar de um ser “sem princípio” não ser compreensível, a realidade não pode ser de outra maneira. Posto que, como falamos antes, não havendo a “Causa Primordial” o processo jamais teria começado. Logo, não tendo um princípio, não haveria “existência”, mas nossa percepção da realidade nos indica que “somos existentes”, isto é, temos noção da própria existência e podemos analisar todas as coisas compostas a nossa volta, e tudo que é composto parte do pressuposto que foi criado. Por isso o Criador, no Judaísmo, só pode ser UM (ECHAD), conceito que os judeus falam todos os dias em suas rezas: Adonai Eloheinu, Adonai echad (O Senhor nosso D-us, o Senhor é UM).

Hai Mendel, economista, da comunidade judaica de São Paulo. 
Facebook: Grupo de Estudos Judaicos de Goiânia

Postar um comentário

1 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.
  1. D-us está fora de tempo e espaço (infinitus) Ele fez o tempo e o espaço, "de onde Ele vem" é espaço, "quando Ele foi feito" é tempo,antes de haver tempo e espaço, apenas o infinito reinava

    ResponderExcluir

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não do Blog. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.Não publicamos comentários anônimos. Coloque teu URL que divulgamos

Top Post Ad

Below Post Ad

Ads Section