Ministro israelense prevê aumento de 50% de colonos na Cisjordânia até 2019.
Jerusalém (Reuters) - O número de colonos judeus na Cisjordânia ocupada por Israel pode aumentar até 50 por cento até 2019, afirmou um ministro ultranacionalista do Estado judaico.
Palestinos querem que a Cisjordânia seja parte de seu futuro Estado e culpam as expansões de assentamentos pelo rompimento, no mês passado, das conversações de paz com Israel - uma posição apoiada parcialmente pelo mediador dos Estados Unidos, mas rejeitada pelos israelenses.
O ministro de Construção e Habitação, Uri Ariel, membro do partido nacionalista Lar Judaico - integrante da coalizão conservadora do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu -, disse que as negociações sobre a criação do Estado da Palestina estavam quase agonizando e previu que a população de colonos crescerá.
“Acredito que em cinco anos haverá de 550 mil a 600 mil judeus na Judeia e na Samaria, acima dos 400 mil atuais”, disse ele a uma rádio de Tel-Aviv, utilizando o termo bíblico para a Cisjordânia, a qual muitos israelenses consideram um direito religioso e um bastião para sua segurança. A maioria das potências mundiais considera os assentamentos israelenses como ilegais.
Durante os nove meses das fracassadas conversações de paz, Ariel publicou licitações para a construção de assentamentos, uma ação que, segundo os EUA, contribuiu para o impasse ao convencer o presidente palestino, Mahmoud Abbas, de que Netanyahu não estava sendo sério quanto à busca um acordo.
Os EUA também culpam Abbas por unilateralmente assinar 15 convenções que buscam avançar a independência do Estado palestino e por concordar em firmar um pacto de unidade com seu rival, o grupo islâmicos Hamas, que controla Gaza e se opõe à coexistência com o Estado judaico.
Netanyahu chegou a dizer que estaria disposto a ter uma futura Palestina na Cisjordânia, embora Israel queira anexar assentamentos e manter o Leste de Jerusalém.
O Lar Judaico, por sua vez, se opõe à própria criação do Estado Palestino, aumentando a especulação em Israel de que Netanyahu, no improvável evento de um avanço diplomático, expulsaria o partido de sua coalizão.
(Reportagem adicional de Missy Ryan)