Os dirigentes do movimento palestino Fatah, Mahmoud Abbas, e do Hamas, Khaled Meshaal, se reuniram nesta segunda-feira em Doha pela primeira vez depois do anúncio de um acordo de reconciliação entre as duas facções.
Em entrevista à TV catariana "Al Jazeera" após a reunião, Meshaal disse que as conversas foram positivas: "Discutimos de tudo, como a reconciliação, a organização da família palestina, a necessidade de dispor de uma atmosfera adequada para fortalecê-lo, e também da situação política".
"Estamos de acordo, com o coração e a mente abertos, em muitos assuntos que beneficiam o interesse nacional palestino", acrescentou o líder do Hamas.
Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), chegou ontem domingo ao Catar, onde Meshaal vive há mais de dois anos, após deixar a Síria com a eclosão do conflito nesse país árabe.
Os dois dirigentes políticos se reuniram pela última vez em janeiro de 2013, no Cairo.
Também hoje, o emir do Catar, At-Ta'mim bin Hamad Al-Thani, se reuniu com Abbas para tratar sobre o desenvolvimento da reconciliação palestina e seus mecanismos de aplicação, segundo a agência oficial catariana "QNA".
Os dirigentes do Fatah, Azam al Ahmed e do Hamas, Moussa Abu Marzuq se reunirão nos próximos dois dias na Faixa de Gaza para analisar a formação de um governo de consenso, informou "Al Jazeera", em cumprimento de um acordo de reconciliação anunciado em 23 de março.
No dia, Hamas, que tomou o controle da Faixa de Gaza pela força em 2007, e uma delegação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) acordaram pôr em prática todos os acordos prévios de reconciliação, como o alcançado no Cairo em 2011 e o do Catar, de 2012.
Ambas as partes pactuaram um conjunto de passos para enfrentar os grandes desafios da causa palestina, especialmente depois do retrocesso das negociações de paz com Israel.
Abbas e Meshaal assinaram em fevereiro de 2012 no Catar um acordo que denominaram o "Anúncio de Doha", e que estipulava que o primeiro assumisse a presidência de um executivo de transição e consenso formado por tecnocratas, que supervisionasse a realização de eleições gerais. EFE