O patriarca da igreja maronita, Beshara al-Rai, disse que vai se juntar
ao papa em sua viagem entre 24 e 26 de maio à Terra Santa, atraindo
críticas no Líbano, que permanece formalmente em estado de guerra com
seu vizinho, Israel.
"Nós apresentamos nosso ponto de vista ... sobre as repercussões
negativas dessa visita", disse a jornalistas Ibrahim Amin al-Sayyed,
chefe do conselho político do Hezbollah, após uma reunião com Rai no
escritório do patriarca nas colinas que circundam Beirute.
"Esperamos que essas considerações sejam levadas em conta." As forças
israelenses invadiram o Líbano várias vezes desde a formação do Estado
de Israel em 1948, o que levou um grande número de palestinos a procurar
exílio em países vizinhos. Mais recentemente, o país travou uma guerra
inconclusiva de 34 dias com o Hezbollah em 2006.
Tensões fronteiriças às vezes acabam em tiros e bombardeios.
Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel se apoderou de Jerusalém
Oriental e o restante da Cisjordânia, e depois anexou a parte oriental
da cidade - em um movimento não reconhecido internacionalmente - e
declarou a cidade sua "capital eterna e indivisível".
Rai defendeu sua visita, dizendo que é seu dever receber o papa quando
ele vier à região. "Eu estou indo para Jerusalém, para dizer que essa é a
nossa cidade, que Jerusalém é árabe", disse ele a jornalistas na semana
passada.
Rai, um cardeal católico, é o líder oficial na igreja maronita, que
segue um rito oriental da Igreja Católica Romana. Os maronitas são cerca
de 900 mil no Líbano, cerca de um quarto da população, e também estão
presentes na Síria e no Chipre.