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Como alcançar o conhecimento da Torá?

TETSAVÊ

No início desta parashá, a Torá nos ensina como deveria ser o azeite com o qual se acendia a Menorá (Candelabro) no Mishcan (Tabernáculo) e posteriormente no Bêt Hamicdash (Templo Sagrado).

Rashi explica que "catit lamaor" é somente a primeira gota extraída das azeitonas. Ela era usada para acender a Menorá e o resto do azeite era usado para Menachot, uma espécie de oferenda feita com farinha e azeite. A Menorá representa a luz da Torá, conforme mencionado: "Ki ner mitsvá Vetorá or" (Mishlê 6:23). A Torá foi comparada à luz da vela, enquanto o estudo da Torá foi comparado à luz do dia.

O Rei Shelomô escreveu em seu livro Cohêlet (8:1): "Chochmat adam tair panav" – A sabedoria do ser humano ilumina sua face. Ou seja, quando alguém entende uma passagem talmúdica ou qualquer parte da Torá, seu semblante se ilumina. No Tehilim (19) consta: "Mitsvat Hashem bará meirat enáyim" – As mitsvot Divinas são nítidas e iluminam os olhos.

De todas as passagens mencionadas, aprendemos que há uma ligação direta entre a Menorá, que representa a luz, e o estudo da Torá e de suas mitsvot. Por sua vez, Menachot representa o sustento do ser humano, pois o Corban Menachot era feito de farinha e azeite.

Tanto o conhecimento da Torá quanto o sustento do ser humano exigem empenho para serem alcançados. Sobre o estudo da Torá está escrito no Talmud Meguilá 6b: "Se alguém lhe disser: Não me empenhei e alcancei o estudo da Torá, não acredite; e se lhe disser: empenhei-me e não alcancei o estudo da Torá, também não acredite". Sem o devido empenho e dedicação não existe possibilidade de sucesso no estudo da Torá. Por outro lado, caso tivesse se empenhado como deveria, sem dúvidas, obteria sucesso.

O Pirkê Avot diz: "Prepare-se para estudar a Torá, pois ela não lhe virá como se fosse uma herança". Objetos materiais podem ser transmitidos por herança, mas o conhecimento da Torá, não. Se a pessoa não se dedicar devidamente, não importando se seus antepassados foram grandes sábios da Torá, não herdará esse conhecimento. Porém, dedicando-se com empenho de forma devida, alcançará, sem dúvidas, esse conhecimento.

No que diz respeito ao sustento do ser humano, a Torá diz: "Bezeat apêcha tochal láchem" (Bereshit 3:19) – Com o suor do teu rosto comerás o sustento. Em outro versículo, no Tehilim (128:2), encontramos: "yeguia capêcha ki tochel ashrêcha vetov lach" – Quando tu comes o trabalho de tuas mãos, tu és louvável e tudo está bem contigo. Em todas essas passagens notamos, que há algo em comum entre o conhecimento da Torá e o sustento: o empenho para consegui-los.

Porém, são duas formas diferentes de empenho:

               No estudo da Torá, a dedicação do ser humano deve ser "Bechol levavechá uvchol nafshechá" – De coração e alma, colocando especialmente todo o seu potencial de inteligência para poder atingir este grande objetivo.

               No empenho para conseguir o sustento não devemos nos envolver totalmente, nem envolver todo o nosso potencial de inteligência, mas somente o esforço físico necessário para alcançar o sustento. O versículo da Torá citado acima – "Bezeat apêcha" – foi uma maldição do Todo-Poderoso a Adam Harishon (Adão) depois de ter transgredido a ordem Divina. O empenho, portanto, que devemos ter para conseguir o sustento, não é uma bênção para que nos dediquemos a ele por inteiro. No outro versículo citado – "yeguia capêcha" – o empenho deve ser das mãos e não da inteligência (da parte intelectual) do indivíduo.

A diferença primordial entre o empenho no trabalho e o empenho no estudo da Torá é que o sustento é apenas um meio para a sobrevivência do ser humano, enquanto o estudo da Torá é uma finalidade.



Baseado no livro Latorá Velamoadim
do Rabino Shelomô Yossef Zevin zt"l
Do site: www.revistanascente.com.br

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