"Esse é o problema principal sobre o qual discutimos com o secretário de Estado. Entre as questões principais estão a segurança de Israel, que deve evidentemente ficar nas mãos de Israel", acrescentou o primeiro-ministro, cujas declarações foram divulgadas pela rádio estatal.
"Sabemos que devemos chegar a um acordo, mas esse acordo não pode questionar o direito do povo judeu a um Estado", continuou ele.
Já o ministro para as Relações Internacionais, Yuval Steinitz, apresentou neste domingo um relatório sobre a "campanha de incitação ao ódio" da Autoridade Palestina nos currículos escolares.
"A Autoridade Palestina fala de paz na ONU e em outras tribunas internacionais, mas ela educa com o objetivo de destruir o Estado de Israel, de expulsar ou massacrar o povo judeu. Nessa campanha, há uma parte de admiração por Adolf Hitler, apresentado como alguém que soube tratar do problema do povo judeu", avaliou Steinitz.
Negociações
Durante três dias o secretário de Estado americano, John Kerry, teve reuniões separadas com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Antes de partir para a Jordânia e a Arábia Saudita a fim de informar os dirigentes desses dois países sobre os avanços das discussões, John Kerry declarou neste domingo que suas reuniões foram "muito positivas", "muito sérias" e "muito intensas".
Todas as questões centrais do conflito entre israelenses e palestinos - as fronteiras, a segurança, o destino dos refugiados palestinos e o status de Jerusalém - estão sendo abordados nas negociações, de acordo com o secretário de Estado.
"O caminho está se tornando mais claro. O quebra-cabeça está mais definido. E se tornou bem mais evidente para todos quais são as difíceis escolhas que devem ser feitas", avaliou John Kerry.
"Mas eu não posso dizer quando as últimas peças poderão se encaixar ou então cair no chão e deixar o quebra-cabeça inacabado", declarou ele neste domingo.
As negociações de paz diretas entre Israel e os palestinos foram retomadas em julho sob o patrocínio dos Estados Unidos. Desde então John Kerry tem feito várias viagens diplomáticas na região com o objetivo de obter as linhas gerais de um acordo até abril.
Troca de populações
O ministro israelsense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, pediu neste domingo que qualquer acordo de paz determine "trocas de populações e de territórios" com um eventual Estado palestino.
Lieberman defende há anos a ideia de que Israel deveria conservar blocos de colônias judias criadas na Cisjordânia ocupada e redesenhar suas fronteiras a fim de colocar sob jurisdição palestina certas comunidades árabes.
Os palestinos rejeitam esses projetos, assim como a maior parte dos árabes israelenses, que representam 20% da população do Estado hebreu.
Avigdor Lieberman é abertamente pessimista quanto às chances de se chegar a um acordo."Toda proposta alternativa proveniente da comunidade internacional será significativamente menos favorável a nós", disse ele em uma reunião de embaixadores israelenses em Jerusalém.
Já a autoridade palestina Yasser Abed Rabbo qualificou as negociações em curso de "sérias", mas acrescentou em entrevista à rádio Voz da Palestina: "Não posso dizer agora que haja o menor progresso real ou tangível em todas as discussões".