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Amor a Israel

 A conversão


O Rabino Chaim David Halevy identifica três categorias principais de convertidos ao judaísmo. A primeira inclui aqueles que vêm para o judaísmo depois de muito estudar e se identificar espiritualmente – os “buscadores da verdade.” A segunda categoria é composta pelas pessoas que se convertem para se casar com judeus. A terceira categoria abrange aqueles que desejam se converter porque desejam fazer parte do moderno Estado de Israel. Israel é um país jovem e idealista, que se esforça para manter uma sociedade justa e democrática, mesmo cercado de todos os lados por inimigos. Para moças e rapazes que crescem em ambientes materialistas ou espiritualmente estéreis, Israel é uma alternativa muito atraente.

Muitos não judeus, jovens ou não, imigram para Israel para escapar da instabilidade política dos seus países de origem, ou em busca de uma vida melhor, com mais oportunidades. Entre estas pessoas, há quem decida aceitar as mistvót e se converter. Mas, o quê acontece com aqueles que vivem entre os israelenses seculares e não tem qualquer interesse em estabelecer compromissos religiosos?

O Rabino Halevy afirma que os tribunais rabínicos não devem aceitar para conversão qualquer um que expresse claramente antipatia à Torá e às mistvót. Em análise final, porém, cabe a um tribunal rabínico decidir como lidar com os candidatos à conversão, cuja principal motivação é nacionalista e não religiosa. Essa não é meramente uma questão que afeta a conversão dos indivíduos, mas também tem importância nacional para o tecido social do Estado de Israel, Seria uma boa ideia afastar da conversão uma pessoa que decidiu viver em Israel e se tornar parte da sociedade israelense? Será que essas pessoas não vão integrar-se gradualmente na vida de Israel, e não seria melhor se o fizessem como judeus de boa fé, convertidos por meio de uma conversão halachicamente correta? Cada caso é um caso, é claro, precisa ser considerado pelas suas próprias particularidades. Se for decidido aceitar as pessoas como candidatas à conversão, os rabinos em seguida deverão fazer com que elas recebam instruções religiosas adequadas, e talvez até mesmo pedir-lhes que vivam por um tempo em colônias religiosas onde se pode experimentar a vida religiosa de forma mais completa.

O Rabino Halevy também considera a opinião de alguns rabinos que se opõem a receber candidatos cujo grau de observância religiosa deixe a desejar. Os rabinos citam o Talmud, que diz não se poder aceitar conversão alguém que rejeite mesmo que um unico detalhe de uma mitsvá. Mas o Rabino Halevy explica que se trata de uma interpretação errônea. Segundo seu parecer, só não se pode aceitar um candidato à conversão depois de ele TR estudado a Torá e dizer que não aceita determinando detalhe. Mas quem não estudou, pesquisou ou entendeu, e rejeita certo detalhe ou até mesmo toda a Torá Oral, essa pessoa ainda não é considerada um negador, tal como já explicamos no caso confrontado por Hilel. (Hilel aceitou um candidato para a conversão que havia rejeitado a Torá Oral). É admissível aceitá-lo se há esperança de que, após os estudos, essa pessoa venha realmente aceitar esse detalhe que atualmente rejeita.

Como o Talmud pede que informemos ao candidato em potencial somente algumas das mitsvót, torna-se claro que ele não está em posição de aceitar a totalidade das mitsvót bem como suas minúcias. Se fosse assim, não haveria conversão. Está escrito: “Se ele aceitou a Torá e as mitsvót mesmo sem conhecer tudo e se foi convertido nesta situação... Quando descobrir mais tarde que não poderá cumpri-las... Ainda assim ele é um convertido, e é igual a judeu pecador”.

A abordagem do Rabino Halevy é ser aberto e receptivo aos candidatos em potencial sempre que possível, porque a conversão é geralmente uma alternativa melhor para eles e para a sociedade israelense como um todo. Pode ser que acatem a Torá e as mitsvót sem conhecer todos os detalhes e, talvez, até sem intenção real de cumpri-las. De todas as maneiras, serão aceitos como judeus em Israel e no meio do mundo, porque se converteram pela Halachá.

Quando vivia na Inglaterra, o Rabino Yehuda Issar Unterman, antigo Rabino-Chefe askenazita de Israel, não aprovava conversões com a finalidade de casamento. Ele sentia que esses convertidos não passariam por uma transformação espiritual, mas que basicamente continuariam a viver como estavam acostumados. Curiosamente, ele aprovava tais conversões em Isael. Acreditava que todos os motivos eram válidos para uma conversão em Israel, pois vivendo numa sociedade Judaica o convertido teria sua identidade transformada, tornando-se um judeu pleno em seu modo e olhar a vida.

Com a chegada a Israel de milhares de judeus russos e de outras nacionalidades e seus cônjuges não judeus, a questão da conversão ganhou urgência. Os dados mostram que a imensa maioria desses casais não imigrou para Israel por motivos religiosos. Mas é vital para a sociedade israelense integrar todos esses indivíduos na trama da vida e da identidade judaicas, e a conversão haláchica é a forma como isso pode ser feito.

Felizmente, um grande número de rabino em Israel tem assumido a responsabilidade de preparar essas pessoas e levá-las à conversão. Será que todos passam automaticamente a cumprir as mitsvót? Claro que não! Mas, de acordo com a lógica dos nossos sábios e de homens como o Rabino Halevy e o Rabino Unterman, muitos imigrantes podem chegar a se converter pela Halachá. E só o fato de viverem em Israel mostra um compromisso com o modo de vida judaico.

Fonte: Judaísmo por opção 
Rabino Marc D. Angel
Editora Sefer




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