Secretário de Estado dos EUA disse que conferência em Genebra é passo em longo processo para fim de impasse.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse nesta segunda-feira (11) que as potências estavam unificadas em torno de um acordo nuclear durante a conferência em Genebra no fim de semana, mas que os iranianos foram incapazes de aceitá-lo.
Ele também afirmou que os críticos do esforço diplomático deveriam guardar seus comentários para até que um acordo seja, de fato, realizado.
Ele também afirmou que os críticos do esforço diplomático deveriam guardar seus comentários para até que um acordo seja, de fato, realizado.
Falando a repórteres em Abu Dhabi, Kerry disse que os EUA e seus parceiros estavam unificados em torno da proposta apresentada aos iranianos. "A França assinou, nós assinamos", disse Kerry.
Reportagens feitas anteriormente diziam que o diálogo ficou dividido, porque a França teria se recusado a aceitar o acordo com o Irã. Mas na segunda-feira, Kerry disse que as potências haviam chegado a um entendimento após uma maratona de barganhas, mas o Irã não foi capaz de aceitar o acordo "naquele momento em particular". "Havia unidade, mas o Irã não aceitou", disse.
Kerry também afirmou que a rejeição do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a um acordo para limitar as ambições nucleares do Irã era prematura. "O momento de se opor (ao acordo) é quando você vê-lo, e não se opor ao esforço de descobrir o que é possível de ser feito", disse.
Netanyahu fez várias críticas e acusou as seis potências - EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha - de serem muito generosas com o Irã e fez uma campanha ferrenha contra um acordo.
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Mas Kerry garantiu o compromisso dos EUA com Israel, dizendo que seu país não deixaria que o Irã produzisse uma bomba atômica.
O presidente Barack Obama, segundo Kerry, "faz o que diz", citando a morte de Osama bin Laden e a retirada das tropas dos EUA do Iraque e do Afeganistão. "Então, acreditem em nós quanto ao Irã", disse. "Ele não está blefando."
Kerry disse que os EUA tem "se encontrado constantemente" com os israelenses para entender o progresso que o Irã tem feito em seu programa nuclear. "Estamos confiantes de que o que estamos fazendo pode de fato proteger Israel mais efetivamente e fornecer maior segurança", disse.
O secretário americano afirmou que o "jogo ainda não acabou" e que as conferências em Genebra foram um primeiro passo em um longo processo de possível trocas. Teerã quer alcançar um acordo para abrandar as duras sanções internacionais que prejudicam sua economia.
Mas o impasse continua, pois o Irã acredita que a comunidade internacional deve reconhecer seu "direito" a enriquecer urânio, uma vez que o país é signatário de um tratado da ONU que regula a disseminação de tecnologia nuclear - além de destacarem com frequência o fato de Israel não ter assinado esse tratado.
Os comentários de Kerry desafiam a posição iraniana, mas não chegam a alterar de maneira significativa o esforço ocidental que visa à redução da capacidade do Irã de enriquecer urânio a alta taxas, mas possivelmente deixando intacta a produção de combustível nuclear em baixo nível.
O nível mais alto de enriquecimento de urânio pelo Irã, a 20%, ainda está abaixo dos mais de 90% para a produção de material bélico, mas especialistas dizem que esse processo poderia ser feito rapidamente. O Irã insiste que seu programa nuclear tem somente fins pacíficos.
A TV estatal iraniana afirmou nesta segunda-feira que um acordo para expandir o monitoramento de suas usinas havia sido alcançado em conversas com o chefe nuclear da ONU. Abu Dhabi foi a parada final de Kerry em um giro pelo Oriente Médio. Ele interrompeu sua viagem na sexta para ir até a Suíça para participar nas negociações com o Irã no fim de semana.
Com AP