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Judeus iranianos se manifestam a favor de negociação nuclear

Por Samy Adghirni 
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TEERÃ, IRÃ, 19 de novembro (Folhapress) - Judeus iranianos manifestaram hoje à frente ao escritório da ONU em Teerã em apoio às negociações nucleares com as potências, que serão retomadas na quarta-feira em Genebra num momento tido como decisivo. 
A manifestação, à qual participaram cerca de 150 pessoas, refletiu a relativa empatia de parte da comunidade judaica local, a segunda maior do Oriente Médio depois de Israel, com o governo do Irã, que reconhece e tolera o judaísmo. 

"Somos parte da nação iraniana, e por isso apoiamos o esforço dos nossos negociadores", disse o deputado Siamak Moreh Sedgh, atual ocupante da cadeira parlamentar reservada aos judeus. 
Moreh Sedgh, organizador do protesto, interrompeu a entrevista para colocar a quipá sobre a cabeça e juntar-se à oração que envolveu o ambiente com suaves cânticos em hebraico. 
Ao retomar a conversa, o deputado atacou o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que pressiona o Ocidente a rejeitar um acordo com o Irã. 
"[Ele] deveria calar à boca e parar de tentar impedir um acordo", disse o deputado, ecoando declaração do chanceler e negociador chefe Mohammad Javad Zarif, que hoje acusou Israel de querer "torpedear" conversas. 
A professora aposentada Flora Maleki, 60, afirmou que o programa nuclear iraniano é um "direito inalienável". 
Judeus iranianos têm liberdade para praticar sua fé e abrir escolas judaicas, mas, em conversa reservada, muitos se queixam de discriminação. Eles não têm acesso a empregos públicos e enfrentam dificuldade para se destacar no mundo acadêmico. 
Além disso, incomodam-se com questionamentos ao Holocausto formulados por alguns dirigentes e são pressionados a evitar ou esconder eventuais laços com Israel. 
Mesmo assim, lideranças da comunidade sempre buscaram boas relações com a cúpula da república islâmica. 

Corrente humana 

O programa nuclear também recebeu hoje o apoio de centenas de estudantes, que formaram, segundo a TV estatal, uma corrente humana em frente à central atômica de Fordo, construída debaixo de uma montanha ao sul de Teerã. 

O enriquecimento de urânio na central de Fordo será um dos temas discutidos entre a equipe iraniana comandada por Zarif e representantes de EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha, que se reúnem em Genebra pela terceira vez em menos de dois meses. 

No encontro mais recente, objeções francesas de última hora impediram um acordo preliminar, defendido pelos EUA, que estipulava uma diminuição drástica das atividades nucleares iranianas em troca do alívio de algumas sanções econômicas ao Irã. 

Numa tentativa de mostrar boa vontade para aumentar as chances de entendimento na próxima rodada de conversas, Teerã anunciou estar disposta a abrir mão da exigência de que as potências reconheçam formalmente seu direito de enriquecer urânio. 

Analistas e diplomatas temem que as negociações sejam minadas por divergências no campo das potências e pela possível imposição de novas sanções ao Irã pelo Congresso americano, contrário ao apaziguamento com Teerã defendido pela Casa Branca.  

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