
“Pegue um punhado de atitude
nova-iorquina, junte outra pitada de humor, ironia e sarcasmo; misture
com a memória do Holocausto e acrescente política de esquerda e justiça
social; atice descontentamento juvenil, status de outsider e rejeição
dos pais e dos valores da sociedade, e você terá os ingredientes de um
movimento. No início dos anos 1970, sua expressão musical se transformou
no punk”. Essa é uma breve história do punk, escrita por Bonnie
Rosenstock, no site The Villager.
De acordo com Steven Lee Beeber, em seu
livro "A Secret History of Jewish Punk” [A História Secreta do Punk
Judaico, sem edição em português], o punk foi o "mais judaico dos
movimentos do rock", promovido por Reed junto com artistas de origens
semelhantes, como Joey e Tommy Ramone , Jonathan Richman , o guitarrista
de Patti Smith, Lenny Kaye, entre outros.
Escrevendo sobre o fenômeno, o escritor
Saul Austerlitz sugeriu que "o novo judeu do punk foi inspirado em
partes iguais pelos guerreiros do Exército de Israel, os super-heróis de
histórias em quadrinhos, escritas por uma geração anterior de artistas
judeus , e uma repulsa instintiva aos excessos musicais contemporâneos".
"A atitude nova-iorquina é na verdade
uma atitude judaica", observou sobre o tema a jornalista judia Susan
Blond, que trabalhou com Andy Warhol na revista Interview. "A cultura
judaica é um impulso em direção à escolaridade e à escrita".
"Esta é uma cidade da música",
acrescenta Danny Fields, ex-produtor do Ramones." O que os judeus que
vão fazer? Construir carros? Isso fica para os não judeus. Os judeus
entretêm. A Broadway é judaica, e as pessoas que criaram Hollywood nos
anos 1920 eram judeus".