O ministro de Assuntos dos Prisioneiros da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), Issa Qaraqe, anunciou nesta quarta-feira que Israel
deverá libertar um novo grupo de presos palestinos no dia 29 de outubro.
Trata-se do segundo grupo de presos de um total de 104 que Israel se
comprometeu a libertar antes dos Acordos de Oslo (1993) como um gesto
para assegurar o reatamento das negociações de paz no final de julho.
Em meados de agosto, Israel pôs em liberdade o primeiro grupo de 26
presos, em sua maioria condenados por crimes de sangue, ou seja, por ter
participado ou colaborado com ataques que resultaram na morte de
israelenses.
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se
comprometeu a dar liberdade aos presos até o próximo mês de março e em
quatro fases, de acordo com o avanço do processo de negociação com os
palestinos.
Em troca, os palestinos concordaram em não recorrer aos organismos
vinculados à ONU, incluindo o Tribunal Penal Internacional, durante os
meses de diálogo direto patrocinado pelos Estados Unidos, que tem o
objetivo de firmar um acordo de paz definitivo entre as duas partes.
Apesar de ter anunciado a libertação do segundo grupo de presos,
Qaraqe alertou que Israel segue se negando a divulgar à ANP os nomes dos
reclusos que supostamente serão libertados no próximo grupo ou cooperar
para estabelecer quais devem ser libertados primeiro.
De acordo com o jornal "Ha'aretz", Israel rejeitou uma solicitação da
ANP e do governo americano para que o segundo grupo de presos fosse
libertado duas semanas antes do previsto, em coincidência com a
festividade muçulmana do sacrifício, que será iniciada no próximo
domingo.
Nas últimas semanas, deputados e ministros do governo israelense
defenderam abertamente a suspenção da libertação dos presos palestinos
após o assassinato de dois soldados na Cisjordânia, supostamente
cometidos por palestinos.
Cerca de 5 mil palestinos seguem em prisões israelenses, sendo que
mais da metade dos detentos são do Fatah, 22% do Hamas, 10% da Jihad
Islâmica, 7% da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e
2% da Frente Democrática para a libertação da Palestina (FDLP), segundo a
agência oficial palestina "Wafa".