
Organizações palestinas e ativistas condenaram ambos os vídeos, acusando-os de promover e até incitar os israelenses a demolirem a sagrada mesquita Al-Aqsa e construir o Templo judeu em seu lugar, uma campanha propagandística já propagada antes por grupos israelenses e agora impulsionada pelo Ministério de Relações Exteriores.
A Associação Al-Aqsa para Waqf (“doações” islâmicas, em árabe) e Patrimônio afirmou que organizações e grupos apoiados pelo governo, assim como ramos da ocupação israelense estão trabalhando para promover a ideia de demolir a mesquita de Al-Aqsa e construir o Templo em seu lugar. A associação advertiu contra o perigo dessa proposta, “que está sendo acelerada diariamente”.
Além disso, em uma declaração a associação também advertiu que “os planos para destruir a mesquita de Al-Aqsa estão prestes a serem executados”, e citou o jornal israelense Yeditoh Ahronoth, que informou que a Chancelaria de Israel havia preparado um tipo de “vídeo promocional que faz reivindicações judias históricas sobre a Jerusalém ocupada e a mesquita Al-Aqsa”, que incluía “cenas da Cúpula da Rocha, seguidas de uma cena em que a cúpula é demolida e, depois, uma cena mostrava a construção do suposto Templo nas ruínas”.
No vídeo, o vice-chanceler Ayalon fala do que chama de “a geração do Templo”, referindo-se ao Templo como “o centro espiritual em Jerusalém, que é considerada uma cidade sagrada (...). É fácil identificar pela Cúpula da Rocha dourada”.
Ele também alega que a Cúpula da Rocha foi construída sobre o Templo judeu, que teria sido construído pela primeira vez há 3.000 anos. Esta é a afirmação dos grupos de pressão que têm defendido a destruição da mesquita Al-Aqsa e a “reconstrução” do Templo, cujo vestígio seria o que é hoje chamado o “Muro das Lamentações” (ou o “muro ocidental”, o único que teria sobrado do Templo).
A associação respondeu dizendo que “o projeto sionista é realmente fundado no sonho e no mito da ocupação de Jerusalém e da mesquita de Al-Aqsa, e depois construir o suposto Templo à custa da mesquita Al-Aqsa”. Para a associação, há o risco dos “planos de dividir a mesquita de Al-Aqsa como um passo em direção do estabelecimento do Templo”.
O porta-voz oficial do Movimento Islâmico na Palestina, Zahi Njedat, respondeu ao vídeo chamando as nações muçulmanas e árabes a “tomarem uma posição, enquanto o perigo se aproxima e o tempo é precioso”.
O antigo mufti (acadêmico islâmico que interpreta a lei religiosa e emite regulações) palestino e chefe do Conselho Islâmico Supremo, xeique Ekrima Sabri afirmou que a propaganda israelense é uma prova das suas más intenções sobre a mesquita Al-Aqsa, e prova de que os grupos judeus extremistas estão agora dominando o público israelense e tirando vantagem dos conflitos internos no mundo árabe para destruir a mesquita.
Além disso, Sabri instou os habitantes de Jerusalém e os palestinos a serem cuidadosos e permanecerem dentro da mesquita como uma solução, “porque as surpresas podem ocorrer a qualquer dia”. Ele também se disse desapontado com a situação nas nações árabes e islâmicas, que devem responsabilizar-se pelo que está acontecendo em Jerusalém.
Ataques contínuos
Com relação às invasões e ataques frequentes à mesquita Al-Aqsa, noticiados quase diariamente pela mídia local, a associação disse que o parlamentar israelense Moshe Feiglin, da coalizão Likud-Beitenu (a mesma do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu) invadiu a mesquita na quarta-feira (16), acompanhado por cerca de 30 colonos.
Além dos soldados, colonos e políticos, mais 30 colonos acompanhados por um rabino também entraram no local nesta segunda-feira (21).
A associação advertiu contra as ações crescentes da ocupação “contra a mesquita Al-Aqsa, através das quais a ocupação tenta impor um novo fato consumado”. A organização pede às nações islâmicas “para tomar a iniciativa e assumir a responsabilidade pela primeira Qiblah [direção à qual se deve rezar, que alguns muçulmanos acreditam ter sido o local da mesquita antes de ser Meca], para defender e preservar a santidade de Al-Aqsa”.
O grupo também ressaltou que os colonos e grupos judeus que adentram a mesquita focam também na Capela do Museu de Arte Islâmica e o Muro Oriental, especialmente perto do Portão Al-Rahma (a cidade velha de Jerusalém é completamente murada), e lembrou as advertências anteriores do antigo líder do Movimento Islâmico na Palestina, xeique Raed Salah, contra os planos de transformar a Capela do Museu de Arte Islâmica em uma sinagoga judia.
Com Middle East Monitor,
Aleluiass,estou orando para que isso de certo,é direito do povo escolhido de Deus ter o seu lugar para adora-lo.Amém!
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