Hot Widget

Type Here to Get Search Results !

Cristina quer que EUA falem com Irã sobre atentado contra comunidade judaica

presidente argentina Cristina Kirchner comemora o Dia da Democracia e dos Direitos Humanos

Tentando se promover, presidente argentina reclamou que tema não fez parte do histórico diálogo entre Obama e Rohani

Cristina Kirchner, presidente da Argentina (Marcos Brindicci/Reuters)
As relações entre Estados Unidos e Irã ficaram congeladas durante 34 anos, até que Barack Obama esboçou uma reaproximação com o novo presidente Hassan Rohani. Com uma delicada negociação pela frente, relacionada ao programa nuclear iraniano, ainda não é possível saber se os dois países, de fato, encontrarão um caminho diplomático para resolver suas pendências. Mas já tem um governo latino-americano querendo aproveitar a situação para se promover. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, instruiu a embaixadora do país nos Estados Unidos, Cecilia Nahón, a enviar uma solicitação oficial à Casa Branca e ao Departamento de Estado para que a causa Amia seja incluída nos diálogos com o Irã.

Em janeiro, a Argentina assinou com o regime dos aiatolás um pacto que prevê a criação de uma "comissão da verdade" conjunta, formada por juristas "independentes", que ficará responsável por revisar as atuações judiciais em relação ao atentado contra o centro da comunidade judaica Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), ocorrido em 1994, em Buenos Aires. O ataque deixou 85 mortos e mais de 300 feridos, e iranianos são acusados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) de envolvimento no crime. O acordo é alvo de críticas de comunidades judaicas na Argentina e de organizações de defesa dos direitos humanos. Familiares de vítimas do atentado rejeitam um pacto com o país “agressor”.

“Argentina e Estados Unidos têm cooperado permanentemente na busca da verdade e na necessidade de levar à justiça os responsáveis materiais e intelectuais do atentado terrorista”, diz o documento assinado pela embaixadora e publicado pelo jornal argentino La Nación. “A Argentina solicita ao governo dos EUA que inclua o ataque terrorista contra a Amia como uma questão relevante no renovado processo de diálogo com o Irã”, finaliza o texto.

Nesta segunda, pelo Twitter, Cristina usou um tom mais agressivo para reclamar a ausência do tema na conversa telefônica entre Obama e Rohani. “Por acaso se mencionou o caso Amia, pelo qual sempre reclamam todas as organizações judaicas americanas ao governo argentino? Claro que não”, escreveu em seu perfil no Twitter.


Na última semana, os chanceleres de Argentina e Irã se reuniram em Nova York para tratar da questão. O encontro ocorreu depois do discurso de Cristina na Assembleia Geral da ONU, no qual ela cobrou uma posição sobre a aprovação do acordo pelo Irã e sobre a data para que representantes da justiça argentina possam viajar a Teerã para interrogar os acusados de envolvimento no ataque.

Mohammad Javad Zarif afirmou que o acordo já foi aprovado, mas não está em vigor porque ainda faltam documentos diplomáticos para validá-lo. A data para os interrogatórios não foi acertada. Pouco depois da assinatura do pacto o Irã já demonstrou que não tem intenção de colaborar. Em fevereiro, o país negou que o então ministro da Defesa Ahmad Ahmad Vahidi fosse interrogado, como havia anunciado o governo argentino. O Irã afirmou ser “totalmente falso o tema do interrogatório de um dirigente iraniano”.

Além disso, dois acusados de envolvimento no atentado disputaram a Presidência junto com Rohani, em junho deste ano. Vale lembrar que eles faziam parte de um seleto grupo de oito candidatos, selecionados pelo Conselho dos Guardiães entre 686 candidaturas. 

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.

Top Post Ad

Below Post Ad

Ads Section