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Como Eu Aprendi Hebraico? (Dicas)

Yaheli Berlinski

Quem acompanha o blog sabe que eu não costumo falar muito de mim, mas como nesse caso não tem jeito, também não vou desperdiçar a oportunidade, assim sendo, pega um suco, ajeita a luz e senta porque a história é longa!

Uns 15 dias antes de vir para Israel eu comprei um manual de hebraico (livro + áudio) e foi uma compra incrível porque eu não sabia nada e consegui desaprender o que eu não conhecia. Portanto, primeira dica, muito cuidado com os pseudo manuais e pseudo professores espalhados por aí. Enfim, mas pelo menos eu aprendi as letras por ele.

Então eu cheguei em Israel conhecendo apenas as letras de imprensa, nem sabia que existiam as letras cursivas.

E chegando aqui o meu caminho foi o de todo mundo, entrei para o ulpan esperando entrar para um curso super puxado e descobri que ele não passava de um cursinho estilo senac versão hebraico. O ulpan padrão é uma espécie de triturador de lixo mental. Ele coloca todo mundo no mesmo balaio, ou seja não existe nenhum tipo de diferenciação entre as pessoas, logo você é nivelado por baixo (super por baixo, diga-se de passagem!!!). O objetivo deles é que você saia de lá achando que fala qualquer coisa, confiante disso, então se você consegue formar e escrever cinco frases infantilizadas com dois meses de curso, eles passam a te tratar como se você tivesse descido do Olimpo.

Eu diria que o ulpan é um bom curso para quem sofre de problemas de auto-estima, mas para quem quer aprender um idioma, definitivamente é fraco. É fraco, mas é vantajoso terminá-lo.

Com dois meses de ulpan eu tinha conseguido entender que toda estrutura do hebraico se resume nos verbos e na raiz dos verbos.

Raiz? É, você precisa aprender a separar as raízes dos verbos e a conhecer o significado delas. Fazendo isso e conhecendo os grupos verbais que são 7 nos 3 tempos (passado, presente e futuro). Seus problemas terminaram. O resto passa a ser adquirir vocabulário.

Porém.... É extremamente difícil conseguir compreender os grupos verbais da forma como ele é passado no ulpan, embora tudo tenha lógica, essa lógica não é dada, eles apenas jogam verbos perdidos (e não os colocam no grupo a que realmente pertencem, eles subdividem os grupos reais e dão apenas 5). Eu concordo que não é simples passar esse conhecimento para quem está do zero em hebraico, mas seria muito mais fácil se as pessoas entendessem a lógica desde o começo, ao invés de ficarem tentando decorar meia dúzia de regras verbais perdidas. Porque a partir desse entendimento você lê qualquer coisa, já que as regras de leitura e ortografia são formadas com base em cada grupo verbal.

Então, como eu não curto a ideia de ficar sendo tratada como retardada, com dois meses eu larguei o ulpan. Comprei uma gramática com as explicações em inglês e decidi que eu voltaria para o ulpan quando tivesse compreendido os grupos e os tempos verbais.

Essa foi a primeira gramática pela qual eu estudei:



Junto com ela, eu também comprei um dicionário e um livro de verbos, tudo com tradução para o inglês:

É como eu sempre digo, Israel sem inglês para quem não fala hebraico é um navio afundando no Pólo Norte.

Resumo da história, estudado e compreendido grupos e tempos verbais, voltei para o ulpan uns 8 meses depois e tive sorte, consegui ir para um ulpan diferenciado, mas que só foi vantajoso porque eu já conhecia o que seria dado, se não seria impossível, não era um ulpan para quem estava do zero. 

Esse foi o livro desse meu segundo ulpan (do primeiro não vale nem a pena mostrar):
Livro Alef.
Esse sim, é um excelente livro, destinado, verdadeiramente, à educação de adultos e com um nível mais puxado. A autora dele se chama Meira Ma'adia e é excelente, uma super especialista e lá para o fim do ulpan eu acabei comprando a coleção toda, que incluem:

Bet (intermediário - Lilás) e Gímel (avançado)


Livro de Verbos (vermelho.) e o de expressões idiomáticas (ambos de nível intermediário)


E aqui os dois mais avançados: O de ortografia e de história e cultura judaica (esq.)


Um dos livros por dentro (Bet).
E aí que eu terminei o ulpan, escrevendo bem, conhecendo gramática super bem, entendendo medianamente e falando muito pouco. Mais uma vez eu digo, ulpan ajuda muito pouco e se você não fizer seu "dever de casa" muito bem feito, vai ser mero tempo perdido.

O que eu fazia durante o ulpan e também depois?

Para aprender a escrever:

Podem dizer o que quiserem, podem me xingar à vontade, eu acho que hebraico é um idioma que requer uma extrema dedicação, muita disposição e uma incrível imersão. Por isso eu digo e repito, eu acho praticamente impossível aprender hebraico sem morar em Israel e sem se desligar do mundo. Sua vida tem que se resumir a hebraico e a estar em Israel. 

Além disso, na minha opinião hebraico é um idioma que se estuda à moda antiga, então é muita cópia, muita repetição, muito dicionário e muito exercício de fazer frases e responder perguntas. Foi assim que eu estudei e para dizer a verdade estudo até hoje, só que em outro nível.

E para aprender a falar: 

Aprender a falar e treinar o ouvido de verdade foi sofrido, mas basicamente eu ouvia muito rádio (notícias) e muita TV. Eu assistia de tudo desde de notícias até programa sobre a reciclagem dos anéis de latinha, fazer o que? E eu sou uma pessoa que eu odeio televisão, mas era necessário. Uma coisa que alavancou muito meu hebraico, por incrível que pareça foi o Big Brother. 

E uma outra coisa que eu fazia era assistir o canal 23 que se chama Televizia HaHinurrit, que é a TV educativa de Israel, eles tem umas séries legais para quem estuda hebraico e também para quem estuda árabe. Tem outras coisas também, química, física, matemática, inglês etc. É um canal bem legal.

Vou deixar o link deles de hebraico, para quem quiser ver:

Os vídeos que têm lá, não são os mesmos pelos quais eu estudei, mas são da mesma série. Eu simplesmente decorava todos os diálogos e ficava repetindo. Aliás, a mesma coisa eu fazia com os textos dos livros, copiava, lia várias vezes em voz alta até decorar e depois repetia sem ler algumas vezes, por alguns dias cada texto do livro e cada diálogo do vídeo, você fica quase louco (ou louco mesmo! rsrs), mas funciona.

Eu sei que quando se fala em decorar chovem críticas, parece que você está maculando o sagrado direito de aprender. 

Mas compreenda um coisa: em primeiro lugar você não faz uma escolha entre aprender e decorar, você usa um como auxílio do outro; em segundo lugar, muita coisa que a gente acha que aprende na verdade foi decorada ao longo da vida (alfabeto, tabuada, dados históricos, capitais e até formas de comportamento, entre outros) e depois tem outra coisa, podem ficar tranquilos decorar não causa nem uma doença grave, não prejudica sua vida em nada e ninguém nunca morreu por decorar alguma coisa.

Se você chegou até o fim desse post, eu agradeço enormemente! rsrs. 

Eu sei que eu poderia escrever muito mais sobre isso, mas eu tenho minhas dúvidas se a maior parte de vocês vai ler isso até aqui. Então...
Mas, basicamente esse é o resumo da minha experiência com o hebraico!

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