O governo de Israel está promovendo a construção de cerca de mil casas em colônias judias nos territórios palestinos ocupados, ao mesmo tempo em que tenta retomar as conversas de paz entre israelenses e palestinos, informou nesta quinta-feira a ONG israelense Paz Agora.
O Alto Comitê de Planejamento da Administração Civil (organismo militar israelense que administra a ocupação) se reuniu ontem para debater a promoção de 1.096 casas em 21 planos de construção para 11 assentamentos, informou à agência EFE a organização pacifista.
O organismo militar aprovou que os planos para 949 casas sejam "depositados" (divulgados e submetidos a objeções públicas, uma das fases iniciais de aprovação) e outros 147 sejam "validados", ficando pendentes apenas da publicação definitiva.
"Esta decisão mostra a verdadeira intenção de (o primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu quando por um lado vai às negociações de paz e ao mesmo tempo promove mais de mil casas em assentamentos distantes, algumas delas em uma colônia ilegal (para Israel, para a comunidade internacional todas são)", declarou à EFE Lior Amihai, porta-voz do Paz Agora.
O caso ao qual se refere é o do "outpost" (posto avançado ou protoassentamento) de Nahlei Tal, perto de Ramala, que até agora conta com apenas um pequeno grupo de trêileres e que, segundo os novos planos, se transformará em uma colônia com 225 casas permanentes.
A ONG considera "dramática" a decisão, especialmente pela localização das colônias em questão, já que somente um dos planos aprovados fica dentro da barreira de separação que Israel construiu na Cisjordânia.
Segundo ele, a ampliação das colônias não impedirá a criação de um Estado palestino, porque elas sempre podem ser desmanteladas, mas isso se tornará "muito mais difícil e custoso".
O Paz Agora denuncia que a protocolônia de Nahlei Tal será legalizada através destes planos porque entende que assim se "reforça a habilidade dos colonos de agir ilegalmente e com impunidade".
Representantes israelenses e palestinos iniciaram no último dia 29 em Washington os primeiros contatos diretos para reiniciar as negociações de paz, estagnadas há três anos, e espera-se que mantenham o segundo encontro na próxima semana em Jerusalém.