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Obama - Coisas Judaicas |
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou nesta segunda-feira a disposição de Israel e dos palestinos de retomarem as negociações de paz, que começam hoje em Washington. No entanto, alertou que há um caminho duro pela frente.
A nova negociação foi convocada pelo secretário de Estado americano, John Kerry, dando fim a um silêncio entre os dois lados que estava em vigor desde 2010, devido à insistência de Israel em ampliar assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Em comunicado, Obama afirmou que é um passo promissor de Israel e palestinos, mas há um trabalho duro e escolhas difíceis para ambos os lados. "Tenho esperanças de que tanto os israelenses quanto os palestinos abordarão essas negociações com boa-fé e com foco sustentado e determinação".
Mais cedo, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, indicou o ex-embaixador dos Estados Unidos em Israel Martin Indyk como principal enviado para o diálogo.
"Não é um segredo, portanto, que há muitas escolhas difíceis pela frente para os negociadores e líderes, uma vez que buscamos compromissos razoáveis em questões difíceis, complicadas, emocionais e simbólicas.", disse Kerry a jornalistas.
Nas frustradas tentativas anteriores de resolver o conflito, as questões mais simples eram discutidas antes, deixando as mais espinhosas --como o status de Jerusalém e o futuro dos refugiados palestinos-- para mais tarde.
Desta vez, "todas as questões que estão no centro de um acordo permanente serão negociadas simultaneamente", disse o ministro israelense Silvan Shalom, do partido direitista Likud, à Rádio do Exército de Israel.
FRONTEIRAS
Os palestinos, com apoio internacional, querem que seu futuro Estado tenha fronteiras semelhantes às que vigoravam antes do avanço territorial de Israel na guerra de 1967 --o que abrange a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e a adjacente Jerusalém Oriental.
Yasser Abed Rabbo, alto funcionário da Organização para a Libertação da Palestina, disse que o convite dos EUA não informava quais disputas seriam discutidas, mas ele afirmou à rádio Voz da Palestina que a discussão "irá começar, em princípio, com as questões de fronteiras e segurança".
Netanyahu resiste aos apelos dos palestinos para que aceite de antemão as fronteiras pré-1967. Shalom disse que essa posição israelense contribuirá para que as negociações, programadas para durarem nove meses, sejam abrangentes.
"Se a questão das fronteiras e territórios fosse cedida, que incentivo eles [palestinos] teriam para fazer concessões na questão dos refugiados ou de Jerusalém?", argumentou.
Israel considera Jerusalém inteira como sua capital "eterna e indivisível", status que não é reconhecido internacionalmente. Além disso, o país pretende preservar alguns blocos de assentamentos na Cisjordânia.
O outro ponto complicado é o destino dos refugiados palestinos da guerra de independência de Israel, em 1948, junto com seus milhões de descendentes, que reivindicam o direito de voltar às suas terras.
Os israelenses dizem que isso seria um suicídio demográfico, e que os refugiados precisam se instalar na futura Palestina ou em outro lugar.