Subúrbio de Damasco completamente destruído após um ataque aéreo do Exército: para alguns analistas, conflito está perto do fim Reuters
Fuga para a America Latina: O presidente sírio, Bashar al-Assad, estaria procurando asilo político para ele mesmo, seus parentes e aliados na América Latina, informou nesta quarta-feira o jornal israelense "Haaretz". Para alguns analistas, o aumento da pressão internacional por causa da suposta movimentação de armas químicas, a sinalização de uma mudança de postura de Moscou e a violência intensa em Damasco são sinais de que o conflito sírio está perto do fim. Em busca de uma saída, Assad enviou seu vice-chanceler a Caracas, Quito e Havana. Segundo o diário israelense, o vice-chanceler Faisal al-Miqdad se encontrou com autoridades em Cuba, Venezuela e Equador nos últimos sete dias e teria levado consigo cartas pessoais do presidente Assad a líderes locais. Uma fonte na Venezuela, no entanto, disse ao "Haaretz" que não conhecia a resposta do Palácio de Miraflores ao ditador sírio. O jornal "El Universal" confirmou a entrega de uma carta ao presidente Hugo Chávez. O documento teria sido entregue na última quarta-feira, antes de Chávez viajar para Havana, onde trata de um câncer. Autoridades em Caracas só confirmaram que a mensagem de Assad tinha como base a "relação pessoal entre os dois presidentes" e que a visita do vice-chanceler é uma mostra da proximidade entre os dois países. Desde o início do levante na Síria, em março de 2011, Chávez defende Assad. Durante o ano passado, a Venezuela enviou petróleo para a Síria, para abastecer tanques e equipamentos do Exército e ajudar no combate ao que Chávez chama de terroristas. O presidente venezuelano também mantém uma relação estreita com o Irã, o maior aliado de Assad no Oriente Médio. O embaixador sírio em Caracas, Ghassan Abbas, confirmou na terça-feira o encontro do vice-chanceler com autoridades venezuelanas, mas disse não ter detalhe algum sobre o encontro. Reuniões semelhantes foram realizadas em Havana e Quito, acrescenta o jornal israelense. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sugeriu nesta quarta-feira não ser a favor de um acordo para o asilo de Assad como forma de colocar um fim à guerra civil síria. Perguntado sobre a possibilidade de uma negociação do tipo, Ban comentou sem citar nomes que a ONU “não apoia a impunidade”: - Quem cometer violações de direitos humanos deve ser responsabilizado e levado à Justiça. Isto é um princípio fundamental - disse Ban, durante uma reunião sobre clima no Qatar. Na terça-feira, uma reportagem do "New York Times" citou uma fonte russa, dizendo que Assad não teria mais esperanças de sair vitorioso ou sequer vivo da guerra civil. No mês passado, o próprio presidente sírio chegou a comentar a hipótese do exílio e disse que "viveria e morreria na Síria".
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