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Possessão

Exorcismo judaico é o foco da nova produção de Sam Raimi. 

The Possession Estados Unidos, Canadá , 2012 - 92 min. Thriller, Horror. 

 Direção: Ole Bornedal 

 Roteiro: Kevin Mannis e Stephen Susco 

 Elenco: Natasha Calis, Jeffrey Dean Morgan, Kyra Sedgwick e Madison Davenport 

Sinopse: Baseado em fatos reais, a história decorre sobre Clyde, um pai de duas filhas recém-separado, que faz de tudo para deixá-las felizes, então não dá muita importância quando sua filha mais nova, Em, fica obcecada por uma velha caixa de madeira encontrada em um brechó. Entretanto, aos poucos a menina se torna agressiva e quieta, levando seus pais a desconfiarem que seu comportamento tenha alguma relação com seu objeto precioso. Produzido pela duvidosa Ghost House Pictures, que já nos ofendeu com os péssimos O Pesadelo e o remake do japonês Ju-On, O Grito, Possessão tenta chamar sua atenção colocando o nome de Sam Raimi (chefão da produtora) no topo do cartaz. 

Mas não se engane: diferentemente do excelente Arrasta-me para o Inferno (o único da Ghost House que realmente funcionou), Possessão não é dirigido pelo grande cineasta criador de The Evil Dead, mas sim pelo dinamarquês Ole Bornedal, do drama I Am Dina. Independentemente disso, o que temos aqui é um filme de terror muito bem conduzido, com um clima dominante que pesa nas costas aliado a atuações excelentes tanto de protagonistas, quanto do elenco de apoio. 

No entanto, um problema muito inerente ao gênero nos últimos anos também está presente nos noventa minutos de projeção: o ritmo. O filme ondula (ou pelo menos tenta) por seus momentos críticos e partes mais atenuadas como se fosse possível fazê-lo, e na verdade não é. Após a pesada cena inicial, onde vemos uma senhora confrontar uma estranha caixa com ornamentos misteriosos, o vai e vem do ordinário com o sobrenatural dita a forma do filme e isso não é muito legal. 

 Na trama, Jeffrey Dean Morgan (que conseguiria passar por Javier Bardem sem nenhum tipo de problema) vive Clyde, um pai divorciado que dá seu melhor para conviver com o recém-ocorrido com sua esposa (papel de Kyra Sedgwick) e filhas. Clyde é professor de basquete e se esforça de maneira descomunal para ser o “superpai” para suas garotas, mesmo que fique claro que o cara não sabe bem o que está fazendo. 

Num dos finais de semana com Hannah e Em (Madison Davenporte e Natasha Calis, e atentem a esta última), ao passar por uma dessas liquidações de garagem, muito comum nos Estados Unidos, a disfuncional família toma posse de uma estranha caixa de madeira com inscrições hebraicas. Em parece seduzida pelo artefato, passando a tê-lo a seu lado o tempo todo a partir daí. Trata-se de uma caixa Dybbuk, um poderoso item religioso judeu que funciona como uma prisão para espíritos do mal. 

E pode acreditar, o Dybbuk está lá dentro, esperando para se hospedar em alguém puro de coração e espírito. Apesar de trazer essa proposta diferente a um gênero dominado por possessões e exorcismos católicos, Possessão não se importa muito em explicar seus porquês. O máximo que o enredo nos dá é “o exorcismo judaico é diferente e muito mais pesado”, e ficamos mesmo com o teórico, já que o prático funciona mais ou menos como nas outras religiões. Quando o filme começa a pegar pesado e judiar de verdade da corajosa Natasha Calis, temos certamente momentos fortes, como aquele que a garota implica com o padrasto prestativo e alegre ou a já famosa cena dos dedos na garganta. 

O grande trunfo do filme está na atuação desconcertante de Calis: trata-se da garotinha que transborda felicidade e empolgação se deteriorando para uma criança taciturna, macabra, capaz de feitos inimagináveis - a cena de Em de quatro com carne crua na boca foi excelente. Não, não temos nada que pareie Linda Blair por aqui, mas o esforço é admirável. 

 Quando Clyde percebe que a ajuda médica é descartável e resolve apelar para o religioso, tudo acontece muito rápido, a ponto de não conseguirmos distinguir bem uma sinagoga de uma igreja ou uma bíblia de um alcorão. Quem vive o bem intencionado exorcista rabino é o famoso cantorMatisyahu, mas sua participação é tão breve, que não se torna marcante, mesmo protagonizando a melhor cena da trama. Tivessem explorado mais toda essa mitologia judaica, certamente teríamos um filme mais interessante em mãos. 

Tivessem optado por menos efeitos especiais e mais cenas da garota possuída no colégio, por exemplo, e teríamos um terror de possessão demoníaca diferente do convencional. O filme se apoia por tempo demais no drama familiar, trazendo até mesmo um tom de piano certo para dividir as cenas, e isso torna algumas sequências enfadonhas. Não que tais dramas não funcionem, muito pelo contrário, mas a parte “possessão demoníaca” não está tão presente quanto esta outra narrativa. 

 No mais, Possessão está acima da média e certamente representa melhor o gênero do que a recente bomba Filha do Mal. Caso curta a temática, a atuação de Natasha Calis por si só vale o preço de seu ingresso.

Possessão Trailer Oficial   




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