O porto do Recife era o primeiro na rota dos judeus fugidos da Europa. Sem dinheiro para seguir viagem, muitos deles fincavam pé na cidade.
“Eram os judeus mais pobres. Que não tinham condições de ir para o Rio de Janeiro, Buenos Aires. Muitos vinham só com a roupa do corpo”, explica a historiadora, antropóloga e presidente do arquivo histórico judaico em Pernambuco, Tânia Kaufman. Cruzavam o Atlântico para não mais voltar.
Por aqui, desenvolveram a atividade de vendedor ambulante. Nos engenhos, seduziam os empregados com seus produtos acessíveis em pagamento parcelado. Vendiam de tudo. Sombrinhas, joias, roupas de cama, tecidos.
No meio mais popular, em vez de discriminados, eram bem recebidos. Foi com a camada menos abastada da população que aprenderam a falar português, brincar carnaval, tomar pinga e apreciar a culinária regional.
O futebol era mais uma forma de estarem juntos para se divertir. O judeu buscava ser aceito. Mesmo não abrindo mão da identidade judaica, ele tinha o desejo de pertencer àquele novo mundo. O futebol, assim como a dança, o teatro, a pintura e outras manifestações artísticas, era uma forma de aproximação. Uma ponte”, explica Kaufman.
Em meados de 1918, 1919, Recife já tinha uma comunidade judaica formada. Imigrantes fugidos do kzarismo durante a primeira guerra mundial antecederam os que viriam duas décadas depois, sufocados pelo nazismo e facismo. Em meados da década de 1920, portanto, a colônia se firmava na capital pernambucana.
“O futebol era mais uma forma de estarem juntos para se divertir. O Clube Israelita era muito grande, na Rua da Glória. No fundo tinha um campo de futebol que servia para vôlei também. Ali aconteciam os namoros, a formação desses times”, conta a historiadora.
O mais notável deles seria fundado poucos anos depois da afirmação da comunidade na cidade. O Israelita Sport Club foi consequência de uma histórica relação de troca cultural, ainda pulsante.
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/
“O futebol era mais uma forma de estarem juntos para se divertir. O Clube Israelita era muito grande, na Rua da Glória. No fundo tinha um campo de futebol que servia para vôlei também. Ali aconteciam os namoros, a formação desses times”, conta a historiadora.
O mais notável deles seria fundado poucos anos depois da afirmação da comunidade na cidade. O Israelita Sport Club foi consequência de uma histórica relação de troca cultural, ainda pulsante.
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