Israelita Sport Club, time de futebol judaico de Pernambuco. O time surgiu em Recife e durante 3 anos (1931, 1932 e 1933) disputou a 1ª Divisão do futebol pernambucano.
Israelita Sport Club. Foto: Divulgação.
Israelita Sport Club. Foto: Divulgação.
O site Superesportes lançou um documentário sobre o Israelita Sport Club, time de futebol judaico de Pernambuco. O time surgiu em Recife e durante 3 anos (1931, 1932 e 1933) disputou a 1ª Divisão do futebol pernambucano. Conquistou apenas uma vitória.
Os integrantes do time chegaram ao Brasil fugidos da Europa.
O vídeo contém imagens e narrações da época, além de depoimentos de filhos de jogadores e antigos torcedores.
Veja o documentário.
Os integrantes do time chegaram ao Brasil fugidos da Europa.
O vídeo contém imagens e narrações da época, além de depoimentos de filhos de jogadores e antigos torcedores.
Um time, onze judeus
O tempo devorou quase tudo. Entre os raros registros, uma única foto. Uma única escalação: Israel Rissin, Miguel Longman, Luiz Cherpark, Rafael Markman e Abraam Boiucansky; José foigel, Isaac Posternak, Simão Foigel e Jonas Rabin; Samuel Buchatsky e Aron Gorenstein são quase todos sobrenomes ainda vivos da sociedade recifense. A moça na foto é Emília Rubinsky, de quem não se tem maiores informações. Tal formação é de 1928. Muito provavelmente, a base do time campeão da Copa Torre de 1927. Não se sabe, portanto, quais desses jogadores chegaram a disputar o Campeonato Pernambucano.
Na época, a Copa Torre reunia alguns times de tradição da cidade, a exemplo de Santa Cruz, Tramways, Torre e América. No início da década de 1930, os rapazes então decidiram dar um passo à frente. O Campeonato Pernambucano apresentou-lhes um abismo técnico de fazer inveja ao Íbis, que só seria fundado em 1938. Os números das três participações falam por si: 24 derrotas, quatro empates e uma apenas uma vitória. No total de 29 jogos, 32 gols marcados e 140 sofridos. Saldo negativo de 108.
Os arquivos do Diario de Pernambuco guardam registros do primeiro empate e da primeira vitória. Ambos, alcançados em 1932, um ano depois de ininterruptas derrotas. No dia 16 de julho, o empate em 3 a 3 com o Fluminense encerrou a série de 14 resultados negativos consecutivos. Nas linhas do jornal, é possível compreender a importância do feito. “O embate de sábado registrou uma grande surpresa: o Israelita conseguiu depois de dois anos de luta, um ponto, empatando a partida com o Fluminense por 3 a 3. Isto foi motivo de muitos abraços e outras demonstrações de alegria no meio da numerosa colônia Israelita.”
A única vitória viria logo na primeira aparição após o histórico empate. Uma derrota por W x O para o Santa Cruz intercalou as duas partidas. No dia 18 de setembro de 1932, o Israelita bateu o Flamengo, primeiro campeão pernambucano, por 3 a 2. Não se sabe sequer o autor de um único gol ou mesmo as circunstâncias daquela partida. Mas o placar apertado e a descrição nas páginas amareladas do Diario dão asas à imaginação.
“O resultado do ‘match’ do campeonato da cidade, realizado no campo da Jaqueira, entre o Israelita e o Flamengo constituiu para o meio esportivo da cidade, uma formidável surpresa, pois ele registrou a vitória do primeiro dos disputantes, pelo escore de 3 a 2. O campeão de 1915 que nos últimos anos e principalmente no corrente, vem disputando jogos de modo formidável, com um quadro à altura, sendo até candidato ao título do campeonato de sua turma, foi vencido pelo clube mais fraco da Federação.
O Israelita conseguiu a sua primeira vitória no meio da Federação, tendo sido esse fato motivo de jubilo entre os partidários e esportistas interessados. A sabedoria popular bem diz que os ‘fracos têm o seu dia.”
Veja o documentário.
Fonte: CONIB