JERUSALÉM - No quarto dia de confrontos entre Hamas e Israel, Tel Aviv foi mais uma vez alvo de um ataque de morteiro. Desta vez, o foguete foi interceptado pelo sistema antiaéreo israelense, conhecido como Domo de Ferro.
Alarmes tocaram por volta das 16h30m (horário local) na cidade, e duas explosões foram ouvidas logo depois. Ninguém ficou ferido. Enquanto isso, líderes do mundo islâmicos se mobilizam para encontrar uma solução para o conflito. No Cairo, o premier turco, Recep Tayyip Erdogan, o emir do Qatar, Hamad bin Khalifa al-Thani e o presidente egípcio, Mohamed Mursi, se reuniram. Erdogan disse que vai pressionar o Hamas por uma trégua, mas só se os EUA fizerem o mesmo com Israel.
Alarmes tocaram por volta das 16h30m (horário local) na cidade, e duas explosões foram ouvidas logo depois. Ninguém ficou ferido. Enquanto isso, líderes do mundo islâmicos se mobilizam para encontrar uma solução para o conflito. No Cairo, o premier turco, Recep Tayyip Erdogan, o emir do Qatar, Hamad bin Khalifa al-Thani e o presidente egípcio, Mohamed Mursi, se reuniram. Erdogan disse que vai pressionar o Hamas por uma trégua, mas só se os EUA fizerem o mesmo com Israel.
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conversou com os chefes de Estado da Alemanha, Itália, Grécia e República Tcheca. No diálogo com a chanceler alemã, Angela Merkel, Netanyahu disse:
- Nenhum outro país no mundo concordaria com um Estado no qual a sua população está vivendo sob uma constante ameaça de foguetes de fogo.
Pelo terceiro dia consecutivo, Tel Aviv, centro financeiro de Israel, foi alvo de ataques palestinos. Mais cedo, autoridades decidiram deslocar o sistema de defesa contra foguetes para a cidade, dois meses antes do previsto. Na quinta-feira, foi a primeira vez que sirenes foram ouvidas em Tel Aviv desde a Guerra do Golfo, em 1991. Autoridades locais decidiram, então, abrir todos os abrigos públicos da cidade. Desde quarta-feira, quando começou a ofensiva israelense em Gaza, 246 foguetes lançados para áreas residenciais de Israel foram interceptados. Ao todo, 410 morteiros já explodiram no país, 57 só neste sábado. No sul do país, ataques do Hamas deixaram seis feridos.
Já em Gaza, o dia começou com um bombardeio aéreo do Exército de Israel contra o quartel-general do Hamas. Segundo fontes palestinas, o gabinete do premier Ismail Haniyeh foi completamente destruído. Uma autoridade palestina disse que o complexo estava vazio no momento do ataque e que ninguém ficou ferido. Os dirigentes do Hamas estão escondidos. Logo após o ataque, o Haniyeh publicou no Twitter:
“Os sionistas acreditam que seu ataque vai nos enfraquecer, mas a verdade é exatamente oposta. Só fortalece nossa determinação em libertar os palestinos e aumentar a intimidação contra assentamentos sionistas até alcançarmos nossa vitória”.
Segundo o jornal "Haaretz", o Exército israelense atacou a casa do comandante do Hmas A-Din Hazaz, mas ainda não está claro se ele estava em casa no momento do bombardeio. Além disso, o líder veterano do grupo palestino Osama Qadi também foi atingido por forças de Israel por volta das 18h (horário local), mas ainda não se sabe qual é o seu estado de saúde.
Desde 18h de quinta-feira (horário local), o Exército israelense já atacou mais de 200 alvos em Gaza, incluindo 120 pontos de lançamentos de morteiros e 20 túneis de contrabando em Rafah. Neste sábado, Israel atacou um grupo que se preparava para lançar foguetes contra o sul de Israel. Segundo o Exército, 830 alvos foram atacados no território palestino desde o início da ofensiva, na última quarta-feira.
No território palestino, ninguém se sente seguro. Durante a última noite, 12 palestinos morreram, além de cinco que teriam sido mortos nesta manhã em um ataque a Rafah, elevando para 39 o número de palestinos mortos desde o início dos ataques. Bombas israelenses caem sem parar, por todo território da Faixa de Gaza. O estrondo dos bombardeios se mistura com o barulho dos aviões não tripulados (conhecidos como drones) e com o dos foguetes lançados em direção a Israel. As ruas estão praticamente desertas. Israelenses dizem que os alvos são todos terroristas, mas alguns civis já morreram no território palestino. Em comunicado neste sábado, o Exército afirmou ter matado 11 militantes do Hamas nas últimas 12 horas.
Erdogan e Mursi reunidos no Cairo
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, chegou ao Cairo neste sábado para se reunir com o presidente Mohamed Mursi e o emir do Qatar, Hamad bin Khalifa al-Thani. Ergodan se disse disposto a pressionar o Hamas por um cessar-fogo, mas só se os EUA usarem sua influência para tentar convencer Israel do mesmo. Na sexta-feira, o premier egípcio, Hisham Kandil, fez uma visita de solidariedade à Faixa de Gaza e chamou a situação no território palestino de "desastre". Hoje, foi a vez do chanceler tunisiano, Rafik Abdesslem, ir a Gaza para oferecer seu apoio ao Hamas. Enquanto isso, no Irã, o presidente do Parlamento Ali Larijani instou os países islâmicos a tomarem medidas práticas contra a ofensiva israelense.
- Israel está transformando a região em um banho de sangue - disse o premier turco, elogiando também a iniciativa do Egito de convocar de volta seu embaixador em Tel Aviv.
A situação dos EUA é delicada, dizem analistas. Em um Oriente Médio totalmente novo, por causa da Primavera Árabe, o apoio incondicional de Washington à ofensiva israelense pode custar ao país o apoio chave do Egito, hoje governado por islamistas da Irmandade Muçulmana. Segundo a Casa Branca, Barack Obama chegou a falar por telefone com Erdogan neste sábado. Ben Rhodes, vice-assessor de segurança nacional do governo, disse a repórteres que Washington "quer a mesma coisa que os israelenses", ou seja, o fim dos ataques palestinos a morteiro em Israel.
Enquanto isso, o governo de Tel Aviv se prepara para uma ofensiva terrestre com a mobilização de 75 mil reservistas, o fechamento das estradas que levam a Gaza e o deslocamentos de tanques para a fronteira. Neste sábado, o chanceler Avigdor Lieberman admitiu que o governo considera uma operação terrestre, mas não está em seus planos derrubar o Hamas no território palestino.