Policiais removem judeu do assentamento de Migron, na Cisjordânia |
Depois de dissolver a Knesset (parlamento) e antecipar as eleições para 22 de janeiro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está determinado a tomar uma medida polêmica: a legalização das colônias judaicas na Cisjordânia. Segundo o jornal Haaretz, o primeiro-ministro sugeriu ao Comitê Ministerial para Assentamentos que adote partes do Relatório Levy — o documento sustenta que as colônias são legítimas perante o direito internacional, recomenda ao governo evitar demolições e declara que o poder de Israel sobre a Cisjordânia não constitui uma ocupação beligerante.
A notícia levou pânico à oposição e até incomodou o ministro da Defesa. Ehud Barak alertou a Netanyahu de que a medida aprofundará o isolamento internacional de Israel. Shelly Yacimovich, líder do Partido Trabalhista, disse ao Jerusalem Post que a estratégia de Netanyahu “é um esquema eleitoral transparente que não ajudará os colonos e não contribuirá com a segurança do país”.
Em entrevista ao Correio, por e-mail, o israelense Eytan Gilboa — professor do Centro para Estudos Estratégicos Begin-Sadat da Universidade de Bar-Ilan (em Ramat-Gan) — afirmou que Netanyahu deve adotar o Relatório Levy para obter o apoio político da direita. “O documento estabelece os direitos legais de Israel sobre a Cisjordânia, um território que nunca foi independente.
A Jordânia capturou-o em 1948, depois da primeira guerra com Israel e a ocupou até a Guerra Árabe-Israelense de 1967”, lembrou. “Os palestinos produziram inúmeros documentos que reclamam não apenas a Cisjordânia, mas também o Estado de Israel, e ninguém sugere que esses papéis comprometem as negociações”, emendou.
Gilboa explica que o governo israelense não está construindo vilarejos e cidades, mas acrescentando casas a grandes cidades.