Foi-se o tempo em que a segurança fronteiriça de Israel residia em observação física feita por militares, alarmes eletrônicos e cercas de arame.
O quadro atual é preocupante se focarmos nas diferentes ameaças que pairam sobre os limítrofes a Israel.
O governo do Líbano, dominado pelos terroristas do Hizbollah, é fraco para impedir futuras e imprevisíveis incursões de seqüestradores de militares, como aconteceu no passado.
A Síria passa por verdadeira convulsão interna, podendo representar, numa iminente derrocada do governo de Assad, um foco de agitação na fronteira com Israel onde, no ano passado, militantes romperam a cerca fronteiriça de arame e infiltraram-se em território israelense. Cai Assad, mas ninguém sabe quem sobe.
Em relação aos outros países fronteiriços, a Jordânia é a que apresenta maior calmaria em relação à vizinhança com Israel. Mas vale lembrar que este equilíbrio é precário, podendo ser rompido a qualquer momento pelos mais de 60% de palestinos que compõem a massa do povo jordaniano.
A outrora calma e segura fronteira com o Egito, que proporcionou mais de 30 anos de tranqüilidade aos militares israelense, agora é a que mais preocupa.
A grande extensão da linha que divide o Egito de Israel, e a precariedade de delimitações físicas nesta fronteira, vem provocando uma total insegurança na região.
O atentado da semana passada, quando um grupo de terroristas do Exercito do Islã atacou um posto fronteiriço egípcio, matando 16 soldados, tomando em seguida um veículo blindado para entrar em território israelense, foi uma ousada ação que determinou uma total mudança no status da região.
O exército de Israel matou os terroristas invasores e, nas últimas horas, centenas de militares egípcios enviados ao local em helicópteros e veículos armados, mataram mais vinte terroristas além de prenderem outros seis.
O Sinai é área desmilitarizada pelo acordo de paz entre Israel e Egito mas, com a autorização de Israel, atualmente existem tropas e armamentos egípcios que caçam eventuais militantes infiltrados de Gaza, e que tem como propósito causar pânico e destruição do lado israelense.
O Egito fechou a passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, e destruiu muitos dos túneis subterrâneos que alimentam o terror de Gaza com armas e munições.
Até quando, e qual o desdobramento das ações egípcias nos próximos dias, ditarão o futuro da região fronteiriça com Israel.