O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou destituir qualquer ministro ou vice-ministro que nesta quarta-feira votar a favor da "lei de regularização", com que a extrema-direita tenta impedir a evacuação de casas em uma colônia judaica na Cisjordânia.
Os assessores de Netanyahu telefonaram ontem à noite para todos os membros do Conselho de Ministros para adverti-los das consequências de seu eventual apoio ao texto, informaram vários meios da imprensa local.
A proposta de lei, preparada por vários deputados ultranacionalistas que se opõem à demolição de casas de judeus no território palestino ocupado da Cisjordânia, procura impedir a aplicação de uma sentença judicial que obriga o governo a demolir cinco imóveis no bairro de Givat HaUlpana, no assentamento de Bet El.
Netanyahu se opõe a esse texto por acreditar que ameaça a independência do Poder Judiciário e prejudica a colonização de um território que os israelenses conhecem por seus nomes bíblicos: Judéia e Samaria.
Segundo o diário Yedioth Ahronoth, pelo menos seis ministros e vice-ministros votarão hoje a favor da proposta de lei, enquanto outros três mudaram de ideia nos últimos dias.
Fizeram o mesmo nesta manhã, após intensas negociações, os representantes do partido Yisrael Beiteinu, satisfeitos com a promessa de que as decisões relacionadas com a colonização não estarão mais nas mãos exclusivas do titular da Defesa, Ehud Barak, acusado pela extrema-direita de frear as construções no território palestino.
A partir de agora, será uma comissão ministerial presidida por Netanyahu e formada por representantes de vários partidos a responsável por supervisionar todas as decisões da Defesa sobre a colonização.
Depois da mudança de posições de vários ministros do Likud e do Yisrael Beiteinu, Netanyahu não deverá ter problemas para frear a nova legislação.