Tendo à frente o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano,
Jack Terpins, líderes da comunidade judaica de 13 países
latino-americanos, entre eles Claudio Lottenberg, presidente da
Confederação Israelita do Brasil, foram recebidos ontem (dia 10 de maio)
pelo papa Bento
XVI, que destacou: "comunidades judaicas dinâmicas existem em toda a
América Latina, especialmente na Argentina e no Brasil, vivendo ao lado
de uma grande maioria católica. A partir do "Concílio Vaticano II", as
relações entre judeus e católicos se
tornaram mais fortes, também nessa região, e várias iniciativas estão em
andamento para tornar nossa amizade mais profunda". Falando em
espanhol, o papa acrescentou que "em um mundo que é cada vez mais
ameaçado pela perda dos valores espirituais e morais que garantem a
dignidade humana e uma paz duradoura, um diálogo franco e respeitoso
entre as religiões é crucial para o futuro da nossa família humana”.
O
papa disse que há ainda muito a ser feito para superar as diferenças
passadas entre as duas religiões e reafirmou que a declaração de 1965
"Nostra Aetate" continua "a ser a base e guia para nossos esforços no
sentido de promover uma maior compreensão, respeito e cooperação entre
as nossas comunidades. A declaração não só assumiu uma posição clara
contra todas as formas de
antissemitismo, mas também lançou as bases para uma nova avaliação
teológica da relação da Igreja com o judaísmo, expressando a confiança
de que uma valorização do patrimônio espiritual de que compartilham
judeus e cristãos levará a crescentes compreensão e estima".
O presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald Lauder,
declarou: "Hoje, as relações entre judeus e católicos são melhores do
que em qualquer momento dos últimos 2.000 anos, apesar de discordâncias
ocasionais. Isso é especialmente verdadeiro na América Latina, que é
esmagadoramente católica. Os enormes esforços que o papa Bento XVI e seu
predecessor investiram estão agora se pagando, e eles reduziram as
tensões sensivelmente. Agradecemos a mão da amizade que o papa voltou a
estendeu ao povo judeu".
Jack Terpins sublinhou que a relação entre
judeus e católicos na região, “é um exemplo não só de convivência
positiva, mas também de amizade e cooperação. Juntos, podemos enviar uma
forte mensagem para a sociedade em geral. Ou seja: trabalhando para
ajudar os mais necessitados e defender
a família, o pluralismo e a democracia, sempre sob a égide dos valores
comuns reverenciados por nossas tradições religiosas”.
Já para Claudio
Lottenberg, a visita “simboliza um alinhamento com a Igreja e traz uma
mensagem emblemática e justa do papa”. Do Brasil, também estiveram
presentes o governador da Bahia, Jaques Wagner; o presidente da
Sociedade Israelita da Bahia, Mauricio Szporer; o deputado federal
Walter Feldman, além de Chella Safra. Esta é a primeira vez que líderes
judeus da região têm um encontro privado com um papa (Fonte: Conib).