A mais importante notícia de Israel nos últimos meses aconteceu nas primeiras horas de 8 de maio: o líder da oposição e novo presidente do partido centrista Kadima, Shaul Mofaz, aceitou fazer parte do governo de Benjamin Netanyahu, adiando as eleições antecipadas que Netanyahu havia anunciado poucos dias antes.
O novo governo de unidade nacional tem 94 dos 120 membros do Knesset. Em troca de sua adesão ao governo, foi prometido ao Mofaz o título de ministro sem pasta para o processo de paz (inexistente) com os palestinos.
Esta surpreendente notícia apareceu quando os israelenses estavam se preparando para as eleições antecipadas de 4 de setembro.
O gabinete de unidade nacional tem por objetivo assegurar que o governo Netanyahu permaneça no poder pelos próximos 15 meses, fazendo com que seja o primeiro governo em décadas em Israel a completar seu mandato. Mofaz, que inicialmente insistiu que jamais participaria do governo de Netanyahu, estava aparentemente preocupado com a participação nas eleições uma vez que todas as pesquisas previam que seu partido terá uma diminuição significativa de poder.
Os israelenses voltaram-se para o Twitter, Facebook e blogs para comentar a surpreendente notícia.
Muitos lembraram das duras críticas de Mofaz a Netanyahu até o momento em que ele entrou para o governo sob a liderança deste. Por exemplo, a 3 de março a página oficial de Mofaz no Facebook publicou: Escutem-me com atenção: Eu não entrarei no governo de Bibi [Netanyahu]
Não hoje. Não amanhã e nem depois que eu liderar o Kadima a 28 de março
[à época em que ele estava competindo contra Tzipi Livni para a
liderança do partido]. Este é um governo ruim e fracassado que não
escuta o povo, e o Kadima sob a minha liderança irá substituí-lo nas
próximas eleições. Isto está bem claro?