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Cidades israelenses em perigo

 Além de Sderot,pelos menos três outras cidades bastante afetadas por atos terroristas:

Ashqelon, Ashdod e Netivot. São locais que sofreram e ainda estão sujeitos a novos ataques (confira os principais pontos no mapa ao lado). Mesmo assim, mais de 1 milhão de pessoas continuam vivendo nessa região, pois não querem deixar seus lares. E o Hamas não é a única ameaça terrorista - há também a Jihad Islâmica, um braço da Al Qaeda, e o Hezbollah, que controla parte do Líbano e forneceria armas biológicas e químicas à Síria, país próximo a Israel. "Durante a Guerra do Líbano de 2006, os terroristas atingiram a terceira mais importante cidade de Israel, Haifa, no norte do país. Com fronteiras tão frágeis, todo o nosso território está constantemente ameaçado por mísseis de vários lados", destaca Karmon.
 
Sderot - Prestes a pousar em um heliporto da cidade, a aeronave sobrevoou a fazenda da família do ex-premiê israelense, Ariel Sharon. Em coma desde 2006, ele foi transferido para essa casa em 2010, sob os cuidados dos familiares. Perto dali, está um ponto relativamente alto do lado israelense, que fornece uma visão privilegiada da Faixa de Gaza, onde até o mar pode ser avistado. Além disso, o local se tornou o preferido de fotógrafos e cinegrafistas por prover imagens dos momentos em que Sderot é atacada pelos palestinos de Gaza. Para que possam permanecer em suas casas, os habitantes da cidade precisaram tomar alguns cuidados peculiares. As casas possuem abrigo antibombas, além de paredes, portas e janelas resistentes. 

Elas garantem 15 segundos extras para os moradores se protegerem no caso de um ataque no local. Em muitas delas, marcas de rojões podem ser vistas nos telhados. Nenhuma mulher anda de salto alto nas ruas - todos precisam estar prontos para correr a qualquer momento. E as crianças recebem uma atenção especial para que não precisem se manter presas em casa: nos parquinhos, os brinquedos se transformam em refúgio em casos de alerta. Uma minhoca gigante, por exemplo, tem um aviso para que as crianças entrem em caso de "sinal vermelho" e também traz em seu interior marcas que limitam os lugares seguros. Segundo Harris, entre 75% e 90% das crianças da cidade sofrem de stress pós-traumático. Para colocar todas essas medidas de proteção em prática, foram gastos bilhões de shekels (moeda local).

No posto de polícia central da cidade, rojões produzidos pelos palestinos em Gaza e lançados à cidade israelense são expostos ao público. "Todos eles são claramente feitos de materiais usados em construções, como postes de faróis de trânsito. Daí a necessidade do bloqueio à entrada desse tipo de produto em Gaza", explica Harris. Percebe-se a precariedade dos primeiros foguetes construídos e a evolução na técnica de sua produção - segundo os israelenses, graças ao treinamento iraniano dado aos palestinos. "Antes, os rojões alcançavam uma distância de apenas três quilômetros. 

Agora, podem chegar a 60 quilômetros, o que ultrapassa a distância entre Gaza e Tel Aviv, por exemplo", diz. Além disso, Harris chama a atenção para o que chama de "assassinos silenciosos": os motores que fazem parte dos projetos mais modernos. "Se você pensar bem, quem mata mesmo não é o rojão em si, mas o seu motor, que é capaz de fragmentá-lo e espalhar fogo para todas as direções, podendo deixar uma pessoa cega, ou até matar", afirma. Em muitos dos rojões expostos, é possível ler algumas letras em árabe e hebraico. Harris traduz: "É o nome, o telefone e o endereço da organização responsável. É sua forma de reivindicar o ataque para que a imprensa local possa divulgar".

Hamas - Segundo dados do próprio governo de Israel, o grupo terrorista está mais fraco nos últimos três anos. "Isso, graças à inteligência israelense, que conseguiu desmantelar grande parte de suas células, e à Autoridade Palestina, que também cooperou para neutralizar seus terroristas", admite Karmon. Por outro lado, os especialistas israelenses em terrorismo sabem que não podem subestimar o perigo que o Hamas ainda representa. No campo militar, sua ameaça cresceu no último ano em relação aos anteriores, especialmente depois da explosão da Primavera Árabe. "Um grande contrabando de armas chegou pela Península de Sinai, e a polícia não conseguiu fechar a fronteira", conta Karmon. Em meados de fevereiro deste ano, o serviço secreto e o escritório de luta antiterrorista de Israel emitiram um alerta generalizado de atentados em qualquer lugar do mundo. 

O alerta foi divulgado após informações recolhidas nos interrogatórios de suspeitos de cometer ataques dias antes contra diplomatas israelenses na Tailândia, na Índia e na Geórgia. Os suspeitos Hamas e Hezbollah negaram autoria. Já no campo político, é importante lembrar que a Irmandade Muçulmana ocupa 70% do Parlamento egípcio, e tem o Hamas como seu braço palestino. "Com isso, o grupo se sente mais forte, por saber que os terroristas do Egito ganham força e o apoiam", completa. 

De acordo com o especialista, um acordo entre Fatah e Hamas colocaria todos os avanços a perder. "Os presos terroristas correriam o risco de serem soltos novamente. E, consequentemente, o terror poderia se espalhar ainda mais pela Cisjordânia", diz. Ainda é cedo para saber se de fato o acordo anunciado no início de fevereiro será implementado. 

Em 2007, os lados assinaram um pacto semelhante em Meca. Porém, durante a discussão sobre quem iria controlar Gaza, o Hamas acabou tomando a região pela força. Em 2008, no Iêmen, outro acordo fracassou, assim como no ano passado, no Cairo. Após tantas tentativas, nada de concreto foi implementado até agora. "Acho difícil que seja diferente desta vez, ainda mais por existir uma oposição significante de ambos os lados", afirma Karmon. 

Porém, se o Hamas for aceito como parte da Organização para Libertação Palestina (OLP), o real negociador da paz dos palestinos na comunidade internacional, o grupo deve usar de sua estratégia ideológica para negar acordos anteriores que Israel já estabeleceu com a Autoridade Palestina. "E Israel, por sua vez, não vai concordar em negociar com quem nem sequer o reconhece como um estado", diz.

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