Israel lamentou nesta segunda-feira a formação de um Governo de transição da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que considera complacente com o movimento islamita Hamas, "o maior obstáculo à paz" no Oriente Médio.
"É triste para aqueles que apoiam a paz entre israelenses e palestinos que o único resultado dos esforços seja mais complacência com o Hamas, o maior obstáculo no caminho da paz e do compromisso", disse à Agência Efe o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor.
O novo Governo não oferece mudança aos palestinos, mas um "acúmulo de mandatos" na figura de Mahmoud Abbas, que agora atuará como presidente e primeiro-ministro, disse o porta-voz. "Isto significa a estagnação da política palestina, mais do mesmo, e uma mensagem desalentadora aos países doadores (da ANP)", acrescentou.
Abbas e o líder do escritrório político do Hamas, Khaled Meshaal, anunciaram nesta segunda-feira em Doha a formação de um Governo de transição na ANP cuja missão será preparar os palestinos para um processo eleitoral, liderado pelo próprio presidente da ANP.
O anúncio palestino põe fim a longas negociações para encontrar uma saída à divisão de Gaza e Cisjordânia após quatro anos e meio nos quais os territórios estiveram governados por dois Executivos.
Palmor viu a formação do novo Governo como "uma decisão para acabar com o diálogo com Israel" depois das conversas preliminares em Amã.
"(Em janeiro) iniciamos conversas sob o patrocínio jordaniano e do Quarteto, e Abbas decidiu acabar com este canal apesar da opinião dos mediadores que se expressaram claramente a favor da continuação do diálogo", afirmou.
Perguntado pela Efe se Israel verá no novo Executivo um Governo de participação islamita que pode impor sanções de algum tipo, como aconteceu entre 2006 e 2007, Palmor insistiu que se trata de "um Governo complacente com o Hamas".