Pesquisadores encontraram evidências de que Golda Meir, a futura primeira-ministra de Israel, tentou persuadir o governo dos Estados Unidos para bombardear o campo de extermínio de Auschwitz.
Em 3 de setembro de 1941 os nazistas mataram com gás 850 prisioneiros em Auschwitz. E durante os três anos seguintes 1,75 milhões de prisioneiros, a maioria judeus, foram assassinados nas câmaras de gás deste campo da morte.
Em 1944 muitos líderes judeus pediram à administração Roosevelt para que fossem bombardeadas as estradas de ferro que conduziam ao campo, ou então o próprio campo, para que parassem com a matança. O que não era conhecido até agora é que um daqueles que pediram o bombardeio foi uma jovem líder sionista na Palestina que mais tarde se tornaria a mais renomada primeira-ministra de Israel: Golda Meir.
Pesquisadores do Instituto David S. Wyman Para Estudos Sobre o Holocausto, com sede em Washington - DC descobriram recentemente documentos em arquivos americanos e israelenses que revelam o papel de Meir na controvérsia sobre o bombardeio. Um relatório sobre "Golda Meir e a campanha para que os aliados bombardeassem Auschwitz" foi publicado pelo Dr. Rafael Medoff, diretor do Instituto Wyman e que foi divulgado através do www.WymanInstitute.org
Os documentos foram fornecidos para o Fundo de Educação Tali em Israel para sua inclusão nos relatórios que serão publicados em breve sobre as relações Israel - Diáspora sob o título "Amigos do outro lado do oceano". O relatório será utilizado em 90 escolas públicas de Israel com 40.000 estudantes, como parte de uma nova ênfase do ensino para o incremento da responsabilidade dos judeus em Israel e no exterior para ajudarem uns aos outros.
O Prof. Henry Feingold, autor do "A Política do Resgate: A Administração Roosevelt e o Holocausto, 1938-1945" e o presidente emérito dos Sionistas Trabalhistas da América deram a seguinte declaração ao Instituto Wyman:
"Estes documentos lançam uma nova luz sobre os esforços dos Sionistas Trabalhistas da Europa e da Palestina sobre o bombardeio de Auschwitz. Esta informação tem que ser incluída em relação aos atos da resposta judaica ao genocídio nazista.
"Na década de 1940, Meir, conhecida como Goldie Myerson, era uma alta funcionária da Histadrut, a poderosa federação sindical judaica na Palestina sob o mandato britânico. Ela e seus colegas receberam muitas e angustiantes mensagens de seus colegas Sionistas Trabalhistas na Europa sobre as atrocidades nazistas.
Os autores de tais mensagens localizadas pelo Instituto Wyman se descreveram como estando "separados de vocês por um mar de sangue e de continentes com pilhas de cadáveres".
Em uma troca de correspondência descoberta pelo Instituto Wyman, Meir em julho de 1944 enviou uma das mensagens européias ao representante da Histadrut nos EUA, Israel Mereminski, com um apelo para que pedisse às autoridades dos EUA para que "bombardeassem Oswienzim (Auschwitz) e os trilhos dos trens que transportavam os judeus" para o campo da morte. O apelo de Meir foi também assinado por outro membro da Histadrut, Heschel Frumkin.
Mereminski respondeu que contatou o Conselho de Refugiados de Guerra do governo dos EUA que então enviaram às "autoridades competentes" o pedido Meir-Frumkin para a "destruição das câmaras de gás, crematórios e o que fosse necessário"
Na edição de agosto de 1944 da Jewish Frontier, o jornal sionista publicado nos EUA. foi apresentado um editorial sem assinatura pedindo pelo "bombardeio dos aliados contra os campos de morte e as estradas que conduziam a eles..."
O editorial foi bastante incomum: quase todos os pedidos para o bombardeio dos campos de extermínio foram feitos através de canais privados. Embora não se saiba se Mereminski escrevesse editoriais para o Jewish Frontier ele foi uma figura importante dos Sionistas Trabalhistas para as atividades sionistas na América e que mantinha contatos estreitos com os editores do jornal; parece provável que os seus contatos com Meir, Frumkin e com o Conselho de Refugiados de Guerra nesta questão desempenharam um papel importante para a publicação deste editorial.
Líderes judeus que pediram o bombardeio de Auschwitz, invariavelmente recebiam uma resposta-padrão do Secretário Adjunto da Guerra John McCloy, alegando que era "impraticável" porque exigiria o "desvio de apoio aéreo considerável que era essencial para o sucesso de nossas forças que estariam envolvidas em operações decisivas".
A pesquisa do Prof. David S. Wyman revelou mais tarde que, de fato em 1944 os aviões dos EUA repetidamente bombardearam alvos alemães perto de Auschwitz - alguns deles a menos de oito quilômetros das câmaras de gás – e, portanto não haveria um "desvio" para atacar as instalações de assassinato em massa.
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Golda Meir quis parar o holocausto em Auschwitz
sexta-feira, setembro 09, 2011
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