Ao menos duas explosões ocorreram na cidade de Gaza na madrugada desta sexta-feira, no horário local, deixando um adolescente morto e pelo menos 10 feridos, segundo fontes médicas.
Funcionários de segurança do território palestino atribuem as explosões a ataques aéreos de Israel. Uma casa e um complexo de segurança foram atingidos. Segundo a Reuters, o complexo de segurança pertencia ao Hamas --movimento islâmico palestino.
Mohammed Abed/France Presse | ||
Na cidade de Gaza, Palestinos vasculham local do bombardeio israelense que ocorreu durante a madrugada |
Mais cedo, um bombardeio aéreo israelense matou o chefe e ao menos outros quatro membros dos Comitês de Resistência Popular, facção palestina, na faixa de Gaza, de acordo com o grupo e fontes médicas palestinas. A ação ocorreu horas depois de Israel ter acusado militantes do território pela série de ataques.
O Exército de Israel não confirmou os bombardeios da madrugada. No entanto, segundo a France Presse, um porta-voz militar israelense não desmentiu nem confirmou os ataques.
Mais cedo, ainda na noite de quinta-feira no horário local, quatro foguetes foram disparados da faixa de Gaza em direção à cidade de Ashkelon, no sul de Tel Aviv, e foram interceptados pelo sistema antimíssil israelense, segundo o Exército. Israel responde, geralmente, aos disparos de foguetes com ataques aéreos.
Os ataques aéreos desta madrugada ocorrem um dia depois dos atentados no sul de Israel, na fronteira com Egito, que mataram oito cidadãos israelenses.
O governo de Israel atribui os atentados a militantes palestinos de facções da faixa de Gaza. Após os ataques, as forças israelenses mataram, na fronteira, cinco dos homens armados que estariam envolvidos nos ataques, segundo informações dos militares.
Em seguida, iniciou um ataque aéreo à faixa de Gaza que matou outros cinco militantes do Comitês de Resistência Popular e uma criança.
Israel afirmou que os três dos homens mortos em Gaza estariam envolvidos no planejamento dos ataques. A troca de tiros continuou durante a noite.
Os ataques de hoje foram os mais mortais desde 2008 quando um homem armado matou oito civis em Jerusalém.
RESPONSÁVEIS
O ministro da Defesa, Ehud Barak afirmou mais cedo que "terroristas palestinos" da faixa de Gaza estão por trás dos três ataques registrados mais cedo no sul de Israel.
"A fonte dos atos terroristas é Gaza e nós atuaremos com plena força e determinação contra eles", disse Barak, em comunicado.
Barak ainda disse que o "grave ato terrorista em várias localizações" mostra a debilidade do controle egípcia sobre Sinai e o alcance das atividades dos agentes terroristas.
O ministro viajou ao sul do país para coordenar pessoalmente as operações na zona.
"Os militares de Israel já estão tomando medidas contra o chefe dos comitês, em Gaza", disse a repórteres Barak, ao visitar o local dos ataques aos veículos.
"Foi um incidente grave em que israelenses e a soberania de Israel foram atingidos. Israel vai responder de acordo", afirmou o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, em comunicado.
HAMAS
O Hamas --movimento islâmico palestino-- advertiu Israel para que não ataque a faixa de Gaza, informou o jornal "Jerusalem Post" nesta quinta-feira.
O grupo também afirmou, por meio de um comunicado, que "rejeita as acusações feitas pelo ministro da autoridade de ocupação, Ehud Barak, que servem para justificar uma agressão à faixa de Gaza".
"Essa conhecida política da autoridade de ocupação confirma a intenção de aumentar os ataques contra a faixa", disse o comunicado que ainda pedia que a comunidade internacional interviesse para "prevenir que os ocupantes ataquem Gaza".
"Eu não acho que o Hamas esteja por trás desses ataques, mas nós os aprovamos porque foram feitos contra soldados", disse Ahmed Yousef, membro sênior do Hamas, citado pelo jornal israelense "Haaretz".
ATAQUES
Segundo o Exército de Israel, os ataques começaram quando homens armados dispararam contra um ônibus a caminho da cidade de Eilat e, depois, atiraram um foguete antitanques em outro veículo. Ao mesmo tempo, uma patrulha militar foi atingida por um explosivo.
Segundo militares, além dos mortos, cerca de 25 pessoas ficaram feridas nos ataques.
Forças especiais israelenses foram convocadas e se confrontaram com os homens armados. A polícia e os militares fecharam estradas ao redor de Eilat.
Israel disse que os homens se infiltraram da faixa de Gaza, vindos por meio do deserto de Sinai, apesar dos esforços de forças de segurança egípcias para controlar radicais palestinos e islâmicos.
Autoridades da inteligência no Egito demonstram preocupação que grupos militantes no Sinai estejam se aproveitando do vácuo na segurança deixado pela derrubada do presidente Hosni Mubarak em fevereiro.
O Egito aumentou recentemente as atividades de segurança no deserto do Sinai.