Na forma como é reconhecido, o Livro nasceu quando o restaurante de Dorit Moralli e seu marido, Eli, ambos de Israel, tinha apenas um mês em funcionamento. Quatro mochileiros israelenses entraram e perguntaram: “Onde está o Livro?”, ela os olhou sem saber o que responder e eles explicaram que se referiam a um livro no qual as pessoas podiam deixar recomendações e avisos a outros viajantes. Como não havia nada parecido, aqueles jovens saíram e voltaram com um diário em branco para que fosse preenchido por outros visitantes, que foi entregue já com as primeiras anotações, em hebraico, sobre uma remota cidade na selva que provavelmente seria apreciada por outros viajantes israelenses. E assim o Livro começou a ganhar fama e forma, cheio de conselhos, dicas, avisos e tudo o mais que as pessoas julgassem necessário acrescentar.
Apesar de ser tratado no singular, o Livro não se trata mais de um único livro, mas de uma coleção amorfa e sempre crescente de diários que se estenderam e se espalharam a inúmeros locais do mundo. Este Livro precedeu a internet – que, na verdade, teve início em Israel na década de 1970 – e ainda sobrevive em um mundo repleto de blogues, mensagens instantâneas e novas tecnologias, precisando apenas de caneta e papel. O Livro do restaurante El Lobo, hoje, contém seis volumes e uma variedade de idiomas já foi incorporada ao conteúdo. Mas interessante mesmo é descobrir como os israelenses sempre tiveram a preocupação de se comunicar entre si e nunca economizaram em ideias inovadoras para manter os laços bem estreitos.
Baseando-se nas histórias de pessoas que têm um papel central no desenvolvimento de Israel, a exemplo de seus inventores e investidores, os autores de Nação Empreendedora mostram como a cultura do país movida pela adversidade, o jeito de pensar e a atitude perante a vida dos israelenses, a forma como empresas e universidades são administradas e as políticas públicas realizadas pelo governo forjaram uma sociedade extremamente inovadora e empreendedora.