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Obama e Netanyahu deram 'golpe de misericórdia' na paz, diz Hezbollah

Hassan Nasrallah também manifestaou apoio ao presidente da Síria. Movimento xiita celebrou nesta quarta a retirada de Israel do sul do Líbano.


O líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, assegurou nesta quarta-feira (25) que o presidente dos EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deram "o golpe de misericórdia" no plano de paz para a região elaborado em 2002 pela Arábia Saudita.
"Obama e Netanyahu deram o golpe decisivo na iniciativa de paz saudita", disse Nasrallah em um discurso televisionado em ocasião do 11º aniversário da retirada das tropas israelenses do Líbano após 22 anos de ocupação.
"Não é hora de essa iniciativa se tornar uma opção?", disse o líder do Hezbollah.
Manifestantes pró-Hezbollah celebram em Baalbek, no Líbano, os 11 anos da retirada das tropas israelenses (Foto: AP)Manifestantes pró-Hezbollah celebram em Baalbek, no Líbano, os 11 anos da retirada das tropas israelenses (Foto: AP)
"Pelo menos, a Liga Árabe deve promover essa iniciativa como uma opção", disse Nasrallah.
Sua declaração, feita por videoconferência, recebeu fortes aplausos de milhares de partidários do Hezbollah que acompanharam a mensagem na cidade de Nabi Sheet, um bastião xiita no leste do Vale Bekaa.
O plano de paz apresentado pela Arábia Saudita em 2002 oferecia a Israel a normalização das relações em troca de sua retirada das terras árabes ocupadas e da criação de um Estado palestino.
Netanyahu rejeitou a proposta de Obama de retomar de imediato as negociações com os palestinos com base nas fronteiras anteriores a 1967, após a Guerra dos Seis Dias.
O líder do movimento xiita também fez referências à Síria, do seu aliado Bashar al Assad.
Ele pediu que os sírios "protejam seu regime", no momento em que esse país enfrenta um movimento de contestação sem precedentes que já dura dois meses.
"Pedimos aos sírios que protejam seu país e seu regime resistente e deem uma oportunidade à direção síria, em cooperação com todas as camadas da sociedade, de aplicar as reformas necessárias", declarou Nasrallah.
Segundo ele, a diferença entre a Síria e outros países árabes, que também são cenários de revoltas populares, é que os outros regimes, como o do Bahrein, não desejavam introduzir reformas, enquanto que "o presidente Bashar al Assad acredita nas reformas e é sério, determinado e está disposto a dar um grande passo para as reformas, mas com calma, paciência e responsabilidade", disse o líder do Hezbollah.
Também pediu ao Líbano que "rejeite a aplicação de qualquer sanção que Estados Unidos e Ocidente queiram impor à Síria".
Nasrallah concluiu seu discurso com um "Não à negociação. Não a Israel. Não à ocupação de Jerusalém".
O Hezbollah, movimento xiita apoiado pelo Irã, lutou pela última vez contra Israel em 2006, um conflito que durou mais de um mês e no qual morreram mais de 1.200 libaneses e 160 israelenses.

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