Depois de oficializar o acordo de reconciliação com o ex-rival da Fatah, o chefe político do Hamas, Khaled Meshaal, afirmou nesta quarta-feira no Cairo, no Egipto, que o movimento palestino está “disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação” dos palestinos e que a sua “única luta é com Israel”.
“Queremos um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na faixa de Gaza”, ressaltou durante a cerimónia de assinatura do acordo de reconciliação palestina, que coloca fim a quatro anos de divisão entre o movimento nacionalista Fatah e o islamita Hamas.
Abbas celebrou a assinatura do acordo e disse que “os palestinos vão virar para sempre a página preta da divisão”. Abbas, dirigente do Fatah, ressaltou ainda que o Hamas é parte do povo e da arena política palestina e rejeitou “a intervenção nos assuntos internos palestinos”.
Neste sentido, Meshaal assinalou que o seu grupo está “disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação” e o que deseja é “um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na faixa de Gaza”. Abbas criticou ainda Israel e disse que ele “está usar como pretexto a reconciliação para fugir da paz”. Abbas pediu ainda ao governo do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, a “escolher entre a paz e os assentamentos”.
O acordo entre as facções palestinas foi anunciado de maneira surpreendente na quarta-feira passada depois que as demandas para formar um novo governo foram aceitas tanto pelo Fatah, quanto pelo Hamas.
O Hamas venceu a última eleição legislativa na Palestina em 2006. Um governo de coligação foi formado com o Fatah, mas não durou muito e culminou numa breve guerra civil em Gaza no ano de 2007. Israel criticou o acordo, afirmando que Abbas não poderá ser visto como um parceiro da paz se oficializar laços com o Hamas, um grupo islamita que defende a destruição de Israel.
Restaurar a união palestina é visto como crucial para reviver qualquer prospecto de um Estado palestino baseado na coexistência pacífica com Israel. As negociações de paz com Israel, actualmente congeladas diante do avanço dos assentamentos judaicos em solo palestino, são realizadas pela Fatah e a ANP. O Hamas condena qualquer diálogo.
Nas últimas semanas, fontes do governo de Israel disseram que Netanyahu tem intenções de lançar uma nova iniciativa diplomática para impulsionar as negociações de paz com os palestinos, rompidas desde Setembro passado.
Desde que Israel rejeitou a extensão de uma moratória sobre a construção de assentamentos judaicos em território palestino, as lideranças palestinas apostam numa campanha para obter reconhecimento internacional e da ONU (Organização das Nações Unidas) a um Estado dentro das fronteiras antes da guerra de 1967.
Hamas e Fatah precisam reconhecer Israel para haver paz, diz ONU
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, elogiou nesta Em 11 de Setembro de 2011, os EUA sofreram o maior atentado da história, na sequência dos ataques aéreos contra as torres gemêas, Pentágno e explosão de um avião no ar, que mataram cerca de 3.000 pessoas quarta-feira os esforços do Hamas e do Fatah por alcançar um pacto de reconciliação, mas pediu a ambas as facções palestinas que se comprometam com a opção de dois Estados para solucionar o conflito com Israel.
O secretário-geral pediu às duas organizações para não abandonarem os princípios do plano de paz, que incluem o estabelecimento de um Estado palestino vivendo em paz junto a Israel, explicou nesta quarta o porta-voz da ONU (Organização das Nações Unidas), Martin Nesirky.
Ban fez o pedido no mesmo dia em que o Hamas, que administra a faixa de Gaza e não reconhece Israel como o país, e o Fatah, a facção que dá sustento à Autoridade Nacional Palestina (ANP), que controla a Cisjordânia, puseram fim a quatro anos de divisão após um acordo de reconciliação no Egipto.
“O secretário-geral deseja ver unidade no marco das posições do Quarteto para o Médio Oriente e os compromissos da Organização para a Libertação da Palestina e a Iniciativa Árabe para a Paz”, afirmou o porta-voz em comunicado. De acordo com o plano de paz apresentado pelo Quarteto, composto por ONU, União Europeia, Rússia e Estados Unidos, Israel e um Estado palestino estabelecido no território ocupado pelas forças israelitas em 1967 devem viver lado a lado, em paz e respeitando a segurança mútua.
Ban mostrou, além disso, o seu apoio ao trabalho do Hamas e do Fatah, que permitiu que nesta quartafeira o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o chefe do escritório político do Hamas, Khaled Meshaal, assinassem a sua reconciliação e agradeceu, além disso, o esforço do Egipto para