O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, condenou nesta segunda-feira o assassinato de cinco membros de uma mesma família israelense, incluindo um bebê, por um palestino como abominável e desumano.
"Esse ato foi abominável, desumano e imoral", declarou o líder palestino em uma entrevista à rádio pública israelense, acrescentando que as forças de segurança palestinas se uniram às forças de Israel para procurar os responsáveis pelo crime que ainda estão a solta e não foram identificados.
"Não sabemos [quem está por trás disso] e não temos nenhuma informação que poderia ter nos ajudado a deter este ataque. Se soubéssemos, teríamos tentado impedir de todas as maneiras possíveis", afirmou ainda.
O criminoso, que não foi identificado, entrou armado com uma faca no assentamento de Itamar, perto de Naplusa, na sexta-feira (12). A polícia disse que o suspeito invadiu a casa e matou um casal e seus três filhos, com 11 anos, três anos e um bebê de três meses.
O líder palestino, que falou por telefone com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, na noite de sábado, disse ter acertado com o premiê uma investigação conjunta o crime para levar ante a justiça o autor dos assassinatos.
As forças israelenses prosseguem na busca do assassino. Os soldados israelenses prenderam vários rapazes com cerca de 15 anos para interrogá-los, segundo as forças palestinas. Até agora, mais de 300 pessoas foram presas, incluindo dois oficiais da inteligência palestina. O Exército israelense se negou a comentar estas prisões.
Israel enterrou no domingo os cinco membros de uma família mortos em uma colônia do norte da Cisjordânia na noite de sexta na colônia de Itamar e mais de 20 mil pessoas participaram nos funerais no cemitério judeu de Givat Shaul, em Jerusalém.
O governo israelense reagiu ao ataque autorizando a construção de centenas de moradias nas colônias da Cisjordânia.
"A comissão ministerial encarregada dos assentamentos decidiu ontem [sábado] a construção de centenas de unidades de moradias em Gush Etzion, Maale Adumim, Ariel e Kyriat Sefer", anunciou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
"Nossa vingança será construir em nossa terra, mais e mais", prometeu durante o enterro o presidente da Knesset (Parlamento), Reuven Rivlin.
"Como ministro da Defesa, estou seguro de que a mão de ferro do Exército e do Shin Bet (segurança interna) capturará rapidamente os homicidas. Eles terão de prestar contas", acrescentou Ehud Barak.
Estas quatro colônias se encontram entre as mais povoadas da Cisjordânia e formam parte do que os dirigentes israelenses chamam de "blocos de assentamentos" que devem, segundo eles, ser anexados em um eventual acordo de paz com os palestinos.
A matança em Itamar também foi condenada pela ONU, pelo Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Nações Unidas, União Europeia e Rússia) e pela França.