O governo de Israel pediu nesta sexta-feira que os palestinos retomem as negociações de paz sem condições prévias, na prática solicitando que a ANP (Autoridade Nacional Palestina) abra mão de sua rejeição contra os assentamentos israelenses, que foram alvo de votação mais cedo na ONU. A resolução que visava interromper as obras nos territórios ocupados foi vetada pelos EUA.
"É um caminho curto entre Ramallah e Jerusalém, e todos os palestinos deveriam voltar à mesa de negociações sem condições prévias", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor.
David Karp/AP | ||
Imagem de arquivo mostra Conselho reunido; votação desta 6ª visava conter expansão de assentamentos |
"Só assim, e não através de uma decisão do Conselho de Segurança, será possível avançar no processo de paz de modo a beneficiar ambas as partes e servir à causa da paz e da segurança em toda a região", acrescentou.
VOTAÇÃO
Os Estados Unidos votaram contra uma resolução apreciada nesta sexta-feira pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que poderia condenar a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Dos 15 votos, 14 foram a favor, incluindo o do Brasil, que no momento detém a presidência rotativa do órgão.
Para ter validade a medida precisava de todos os votos dos países que integram o Conselho, e caso tivesse sido aprovada, reforçaria o caráter ilegal da expansão dos assentamentos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, determinando ao governo israelense a interrupção imediata das obras.
Analistas estimam que a decisão do governo do presidente Barack Obama deve irritar países árabes, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) e defensores da causa palestina ao redor do mundo.
O veto à medida deve também acentuar as dificuldades das negociações do processo de paz entre israelenses e palestinos, atualmente paralisado.
Para os palestinos a interrupção da expansão dos assentamentos é uma condição para que as negociações de paz sejam retomadas.
O governo brasileiro lamentou que a medida não tenha sido aprovada e destacou que 182 dos 192 membros da ONU apoiaram o projeto que foi rechaçado por Washington mas aceito pelos outros 14 membros do Conselho.