Karen Tannhauser, de 37 anos | Foto: Arquivo pessoal
"Talvez eu não me ache no direito de ser feliz, mas não levo ninguém comigo. Vivam suas vidas e nunca se culpem", disse Karen na agenda analisada pela polícia.
A família viveu momentos de angústia nos último dias. A psicóloga, que faz uso de medicamentos controlados, foi encontrada na tarde de segunda-feira no porta-malas do Palio Weekend da síndica do prédio onde ela mora, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Para a polícia, Karen teria ficado o tempo todo escondida no edifício por vontade própria, já que não há indícios de crime.
O sumiço mobilizou a polícia, a família e a sociedade, que buscava explicações sobre o paradeiro de Karen, que chegou em casa por volta das 14h do dia 31 e sumiu. Parentes e amigos espalharam cartazes pelo bairro. A mãe chegou a fazer um apelo: “Karen, esteja você onde estiver, estamos lhe esperando de braços abertos. Sua família te ama”, disse, diante de câmeras de TV.
Karen foi encontrada às 14h30 pelo marido da síndica, quando buscava uma ferramenta no carro. Ao abrir o porta-malas, a psicóloga, assustada, pulou sobre o vizinho. No mesmo instante, um policial que estava na garagem a acalmou. Karen estava suja, em estado de choque e usava a mesma roupa de quando sumiu. Levada ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, foi medicada e recebeu alta pouco antes das 20h.
A família da síndica chegou ao prédio depois do almoço. Quando subiu para o apartamento, ouviu o alarme do carro disparar — momento em que Karen pode ter entrado no veículo, que estava com o porta-malas aberto. O filho da síndica desativou o alarme, mas não viu nada.
Suja, desorientada e debilitada pelos dias que passou sem comer, a psicóloga foi levada pela polícia ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, pouco depois de ter sido encontrada. Na unidade, ela passou por exames de raio-X e hemograma, tomou soro com antibiótico e recebeu alta em seguida. Karen estava com as mesmas roupas do dia em que desapareceu: short jeans e bata branca.
Segundo os médicos que a atenderam, Karen estava clinicamente bem, mas alternou momentos de lucidez com crises de choro. Ela tinha alguns arranhões pelo corpo, mas não apresentava quadro de desidratação. A psicóloga não chegou a ser submetida a exames toxicológicos porque a polícia não achou necessário.