O ministro da Defesa de Israel e atual líder do Partido Trabalhista, Ehud Barak, anunciou nesta segunda-feira sua saída para formar junto a outros quatro correligionários um novo partido que se chamará Ha Hatzmahout ("A Independência", em hebraico).
Barak deixa os trabalhistas acompanhado do vice-ministro da Defesa, Matan Vilnai, do ministro da Agricultura, Shalom Simhon, e dos deputados Einat Wilf e Orit Noked.
"Solicitamos à Comissão do Parlamento a formação de uma nova facção que receberá o nome de Independência (...) Um partido sionista e democrático", anunciou Barak em entrevista coletiva no Parlamento israelense (Knesset) em Jerusalém.
Barak disse que a nova legenda tentará resgatar o espírito do partido esquerdista israelense Mapai --do histórico dirigente David Ben Gurion.
"Nossa ordem do dia será primeiro o Estado, depois o partido, depois a comunicação e finalmente nós", declarou o ministro, que encorajou aos que pensam como ele a se somar à nova formação política que terá por missão defender "tudo o que seja bom e correto para Israel".
Barak anunciou sua decisão após ter solicitado em carta à Comissão da Knesset abandonar o Partido Trabalhista para criar o novo partido.
Ainda se desconhece que impacto terá esta surpreendente medida na coalizão de governo liderada pelo primeiro-ministro do direitista Likud, Binyamin Netanyahu. Atualmente, o governo conta com cinco ministros trabalhistas. Por enquanto, o conservador Likud instruiu seus membros para que apoiem a decisão de Barak, informam jornais locais.
O vice-ministro da Defesa Vilani, que decidiu acompanhar Barak em sua nova aventura política, disse em entrevista a jornalistas que o novo partido impulsionará as tentativas por retomar o processo de paz com os palestinos.
Os trabalhistas, que governaram as três primeiras décadas da história do Estado de Israel, continuam sendo considerados o principal partido de esquerda neste país. O partido obteve, contudo, o pior resultado de sua história nas eleições de fevereiro de 2009 que já despertaram os temores de uma cisão interna.
Quarta formação política de Israel --com 13 deputados das 120 cadeiras que integram o Parlamento--, o Partido Trabalhista é membro da Internacional Socialista e vive há anos imerso em disputas internas.