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Atas palestinas causam mal-estar em Washington


“A divulgação de atas da Autoridade Nacional Palestina (ANP) registradas ao longo de uma década de negociações de paz com Israel pode desferir um golpe letal na credibilidade dos Estados Unidos no processo de paz do Oriente Médio, segundo especialistas de Washington. Trata-se de uma pesquisa feita pela rede de televisão Al Jazeera e também divulgada pelo jornal britânico The Guardian. Sua publicação começou no domingo e terminou ontem.

Ao revelar as enormes concessões que a ANP estava disposta a fazer em troca de um Estado independente, os mais de 1.600 documentos agora divulgados provavelmente prejudiquem mais a já enfraquecida imagem do presidente Mahmoud Abbas perante os próprios palestinos.

“É provável que isto represente um golpe mortal a um processo de paz liderado pelos Estados Unidos, que já respirava artificialmente, e acelere o fim da ANP, criada pelos acordos de Oslo em 1993”, escreveu Nadia Hijab, do Instituto para os Estudos Palestinos em Washington, na edição do dia 24 do Financial Times. “É uma casca cada vez mais frágil, que logo poderá desaparecer com um sopro. Os ventos chegam da Tunísia”, continuou, em referência à derrubada, este mês, do presidente Zine El Abidine Bem Ali, que estava no poder desde 1987. “A Palestina pode ser a próxima”, acrescentou.

Embora os funcionários norte-americanos tenham afirmado que não pensavam que estivesse por colapsar a ANP, admitiram que o vazamento maciço marca um sério retrocesso para o cumprimento de seu objetivo de fazer Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiniciarem as negociações diretas. A ANP tentou semear dúvidas sobre a autenticidade dos documentos.

Altos funcionários dos Estados Unidos também se preocupam com a possibilidade de as revelações tornarem mais difícil Washington persuadir Abbas e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) a retirar ou emendar uma resolução pendente no Conselho de Segurança da Organização dos Estados Unidos (ONU) que condena os assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém oriental, dizendo que violam as Convenções de Genebra.

O governo do presidente Barack Obama insinuou que vetará a resolução apesar de seu conteúdo ser consistente com as políticas da Casa Branca e com sua última posição oficialmente declarada sobre a ilegalidade das colônias. Os patrocinadores da resolução esperam que esta seja apresentada no Conselho de Segurança pouco depois de uma reunião que será mantida no dia 6 pelo quarteto para o Oriente Médio, integrado por Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU.”
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