Hariri manterá apoio a tribunal da ONU, asseguram partidários

Beirute, 24 dez (Prensa Latina) O premiê Saad Hariri seguirá apoiando o Tribunal Especial para o Líbano (TEL) que investiga a morte de seu pai, afirmaram hoje fontes de seu partido ao negarem o boicote proposto pela organização opositora Hezbolah.

  Membros do Movimento Futuro (MF), o partido líder do bloco dirigente 14 de Março e que é encabeçado por Hariri, disseram que o chefe do Executivo defende defender a unidade do país, mas não renunciará a esclarecer o atentado no qual pereceu seu progenitor no dia 14 de fevereiro de 2005.

O ex premiê libanês Rafiq Hariri perdeu a vida junto a outras 22 pessoas por causa de um ataque com um carro bomba no centro desta capital, incidente do qual setores pró-ocidentais responsabilizaram ao Governo da Síria e ao agrupamento xiita Hezbolah (Partido de Deus).

A Síria sempre negou tais acusações e emitiu ordens de detenção contra 23 pessoas por prestarem ao TEL, de forma deliberada, falsos depoimentos para envolvê-la nesse crime.

Segundo o jornal An Nahar, fontes anônimas do MF indicaram que Hariri continua respaldando a campanha a favor de que o tribunal auspiciado pela ONU culmine suas investigações e revele os resultados, os quais eventualmente poderiam culpar dirigentes e outros membros de Hezbolah.

O jornal citou fontes bem informadas" do MF que explicaram a motivação do presidente de "assegurar a todo o mundo que defende a investigação da morte de seu pai", apesar de que o bloco opositor 8 de Março convocou os libaneses a negarem apoio a esse corte.

O agrupamento xiita encabeça essa aliança opositora no Parlamento, e seu secretário geral, cheique Hassan Nasrallah, tem qualificado o TEL de instrumento a serviço de Israel e Estados Unidos" que tenta "atacar à resistência e desacreditá-la".

Precisamente, as posições divergentes entre o 14 de Março e o 8 de Março acentuaram a tensão política no Líbano nos últimos meses, motivo pelo qual o tribunal de referência anunciou que poderia indiciar integrantes do Partido de Deus.

Nasrallah advertiu em um discurso recente que "cortaria as mãos" de quem tente prender qualquer um de seus membros pelo controverso caso Hariri, que qualifica como uma montagem tramada e financiada pelos Estados Unidos, Israel e países europeus.